sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Olho Vivo lança quatro novas produções na Cinemateca de Curitiba

Olho Vivo lança

quatro novas produções na Cinemateca de Curitiba

Curtas-metragens e documentário são resultado do projeto Ficção Viva

Após mais de um ano de pesquisas e trabalho atrás das câmeras, chegam esta semana às telas curitibanas as produções realizadas pelo projeto Ficção Viva, iniciativa do Projeto Olho Vivo que se propõe a desenvolver ficção a partir de elementos documentais. Trata-se dos curtas-metragens “Um Vestido e um Amor”, “Retrato de Família”, “Betes” e do documentário “As Pessoas e as Coisas”, que estreiam nos dias 25 e 26 de novembro, na Cinemateca de Curitiba, com sessões gratuitas às 20h e 21h30.

Resultado de um processo criativo pioneiro que integra organicamente as áreas de roteiro, interpretação e câmera, os filmes usam como pano de fundo a capital paranaense seja para analisar as delicadas inter-relações que as pessoas mantêm em seu círculo familiar bem como as experiências que estes personagens constroem a partir de objetos do cotidiano.

A primeira situação é exposta em “Retrato de Família”, que tem direção de Marcelo Munhoz e mostra o frágil equilíbrio entre um aposentado e sua família após um derrame e a contratação de uma enfermeira, e também em “Betes”, de Bruno Manfredi e do estreante Vinicius Mazzon, no qual antigos conflitos entre dois irmãos vêm à tona durante um jogo. Já em “Um Vestido e um Amor”, dirigido por Luciano Coelho, é a peça de roupa do título o motivo de uma misteriosa história que se passa numa loja de roupas usadas.

As três ficções tiveram ponto de partida no documentário “As Pessoas e as Coisas”, que entrevistou colecionadores, antiquaristas, donos de brechós e sebos para tentar entender o significado dos objetos nas vidas das pessoas. “Muito mais do que forma ou função, os objetos têm vida social, são palco de nossas experiências e estão impregnados de emoções, por isso dizem tanto sobre nós. Além disso, são uma inesgotável fonte de pesquisas”, diz Marcelo Munhoz, um dos coordenadores do Ficção Viva.

Primeiro filme a ser gravado, “As Pessoas e as Coisas” serviu de base para o processo de criação da dramaturgia dos curtas-metragens. Mesmo assim, cada filme tomou rumo e identidade artística próprios, ainda mais que “a história de vida dos participantes de cada núcleo do Ficção Viva foi utilizada como elemento enriquecedor”, completa Luciano Coelho, outro coordenador do Ficção Viva.

Serviço:

Lançamento dos filmes “Um Vestido e um Amor”, “Retrato de Família”, “Betes” e “As Pessoas e as Coisas”

Data: 25 e 26/11 (quarta e quinta-feira). No dia 25 exibição de “Um Vestido e um Amor” e “As Pessoas e as Coisas” e no dia 26 de “Retrato de Família” e “Betes”.

Horário: sessões às 20h e 21h30

Local: Cinemateca de Curitiba (Rua Carlos Cavalcanti, 1174 – São Francisco)

Entrada franca.

Informações: (41) 3015-1592 e www.projetoolhovivo.com.br.

Sobre o Ficção Viva

O Ficção Viva se propõe a levar ao grande público, por meio de produtos audiovisuais de expressão e qualidade, a pesquisa de construção dramática desenvolvida no Projeto Olho Vivo. Com o patrocínio da Petrobras, durante um ano, 45 alunos participaram de um processo criativo único que integrou organicamente as áreas de roteiro, interpretação e câmera, culminando na realização de quatro filmes. Em paralelo às atividades, seis workshops e encontros com renomados profissionais do cinema latino-americano deram base ao projeto.

Sobre o Projeto Olho Vivo

Em 2009, o Projeto Olho Vivo completou seis anos de atividades. Neste período produziu quase 50 filmes entre documentários e ficção, e teve inúmeras participações em festivais de cinema no Brasil e no exterior, além de receber o prêmio Escola Viva do Ministério da Cultura pelo projeto social “Minha Vila Filmo Eu” e sua metodologia de oficinas de audiovisual nas periferias.

Fichas técnicas:

“Um Vestido e um Amor” (ficção – 20’)

No brechó de Juraci cada roupa tem uma história muito especial. A jovem Beatriz chega a procura de uma peça que a inspire na criação de seu personagem para uma montagem teatral. Lá se depara com um vestido de noiva, e ouve de Juraci a misteriosa história da mulher que nunca pôde usá-lo mas continua vindo uma vez por mês para visitá-lo. Beatriz deseja comprar o vestido, sem saber que o destino da noiva e seu falecido noivo ainda está por ser definido.

Direção: Luciano Coelho. Roteiro: Edenilson de Almeida, Fabíola Melo, Guilherme Empke e Luciano Coelho. Direção de produção: Gladys Mariotto. Assistência de produção: Alexandre Longo. Direção de fotografia: Gustavo Yuki. Assistência de câmera: Cláudia Amorim. Elétrica e pré-light: Ivanir Pereira da Silva (Fumaça). Direção da arte: Gladys Mariotto, Fabíola Bonofiglio, Gabriela Windmüeler e Maysa Pedotti. Som direto: Denise Kelm, Marquinhos Ribeiro e Rose Ribeiro. Edição: Luciano Coelho, Claudia Amorim e Gustavo Yuki. Design de som: Denise Kelm. Trilha sonora: Rachel’s e Fito Paez. Preparação de elenco: Marcelo Munhoz. Elenco: Greice Barros (Noiva), Nana Rodrigues (Juraci), Rossana Ceres (Beatriz), Alessandra Flores (Berenice) e José Ronaldo Ribeiro (Marido).


“Retrato de Família” (ficção – 29’)

Osvaldo é um advogado aposentado que, depois da morte da esposa, segue vivendo na cadência discreta de seu velho relógio. Um derrame acaba com a ordem de sua vida. Seus filhos, Vera e Tiago, contratam uma enfermeira, Noeli, que impõe um novo ritmo para a casa, mexendo com o frágil equilíbrio entre Osvaldo e sua família.

Direção: Marcelo Munhoz. Roteiro: Carlos Vogel, Eduardo Miranda, Eugenio Thomé, Marcelo Munhoz e Márcia Pope. Direção de produção: Gladys Mariotto. Assistência de Produção: Alexandre Longo. Supervisão de fotografia: Luciano Coelho. Direção de fotografia: Claudia Amorim. Assistência de fotografia: Gustavo Yuki. Direção de arte: Gladys Mariotto, Fabíola Bonofiglio, Maysa Pedotti e Gabrielle Wundmüller. Som direto e design de som: Denise Kelm. Música: Vera Domenico. Edição: Marcelo Munhoz. Elenco : Luiz Godói (Osvaldo), Bel das Neves (Vera), Julien Coelho (Tiago), Ellen Piragine (Noeli), Natalia Fantini (Estela) e Alcione Janeiro (Paulo).



“Betes” (ficção – 18’)

André volta para sua casa de infância para reconciliar-se com Jonas, seu irmão mais velho. Ali conhece Silvia, a esposa do irmão, grávida de 6 meses, e se depara com um novo lar, que não é mais o seu. Durante um jogo de betes com os amigos, o antigo conflito entre os irmãos vem à tona.

Direção: Bruno Manfredi e Vinicius Mazzon. Roteiro: Bruno Manfredi, Lielson Zenni e Vinicius Mazzon. Direção de produção: Gladys Mariotto. Assistência de produção: Alexandre Longo e Christiane Spode. Supervisão de fotografia: Luciano Coelho. Direção de fotografia: Adalgisa Lacerda. Assistência de fotografia: Gustavo Yuki. Direção de arte: Gladys Mariotto, Fabíola Bonofiglio, Maysa Pedotti e Gabrielle Wundmüller. Som direto e design de som: Rafael Puppi. Edição: Bruno Manfredi e Vinicius Mazzon. Elenco: Ed Canedo (André), Gerson Delliano (Jonas), Rozana Percival (Sílvia), Thomas Kuhn (Marcão), Guilherme Empke (Cezinha).



“As Pessoas e as Coisas” (documentário – 30’)

Que histórias estão por trás de cada objeto que passa por nossa vida? Compramos, vendemos, guardamos, atribuímos valor e significado das mais variadas formas. Serão então os objetos capazes de revelar quem somos, melhor do que nós mesmos? Produzido a partir da pesquisa sobre o universo “Pessoas e Objetos” dentro do projeto Ficção Viva, este documentário entrevistou colecionadores, antiquaristas, donos de brechós e sebos. Símbolos de dores e alegrias. Representação de sonhos e identidades. Apego e desapego. Essas são algumas das relações entre as pessoas e as coisas surgidas nas histórias pelos personagens.

Coordenação geral: Luciano Coelho e Marcelo Munhoz. Direção de produção: Gladys Mariotto. Assistência de produção: Christiane Spode. Realização: Adalgisa de Lacerda, Alexandre Longo, Bruno Manfredi, Claudia Amorim, Denise Soares, Fabíola Bonofiglio, Gabrielle Windmüller, Gladys Mariotto, Gustavo Yuki, Luiz Rafael Puppi e Maysa Sousa. Pesquisa: Alcione Janeiro, Alessandra Flores, Bel das Neves, Carlos Guilherme Vogel, Edenilson de Almeida, Eduardo Frade Miranda, Eugenio Thomé, Fabíola de Melo, Gerson Delliano, Guilherme Empke, Lielson Zeni, Marcia Poppe, Nana Rodrigues e Vinícius Mazzon.

Um comentário:

Bel disse...

... depois que os dias passam, a gente ainda permanece. Olhando tudo ainda de dentro. A película amplia só nas noites de exibição ... pra lém daqueles dias ainda temos tudo amontoado dentro da gente. Muita vida quando encolhida parece desmaio. Tivemos sorte de te ter por perto Chris ... tu és a mãezona que caiu de paraquedas ... que veio pra nos alimentar: do cáfé e mesa posta à força e vontade de tentar fazer arte.
Agradeço-te por tudo e tanto.
Um beijo e alguns esmagos,
Bl.