segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Parada da Diversidade 2009


Parada da Diversidade 2009 .
Seus direitos, nossos direitos, Direitos Humanos.

120 mil pessoas compareceram, aguentaram chuva, dançaram e ouviram militantes e ativistas defenderem os direitos mais fundamentais de qualquer ser humano. Liberdade. Respeito. Igualdade. Nem mais nem menos, apenas os mesmos direitos que eu e vc , querido leitor heterossexual, usufruímos e tomamos como garantidos.

Foi a 4ª Parada da Diversidade na qual eu tive a honra de fazer parte da Organização, toda composta por funcionários, voluntários e aliad@s da APPAD - Associação Paranaense da Parada da Diversidade, ONG local responsável por essa mega festa. Mesmo qdo trabalhava lá, e passava os meses anteriores me descabelando e correndo atrás de documentos, liberações, apoio, era só ver toda essa gente na avenida Cândido de Abreu que meu coração parava por um segundo, e agradecia aos céus pela oportunidade de estar ali.

Este ano, já que não trabalho mais lá, acabei meio q entrando no último minuto (apesar de ter emprestado a voz para as vinhetas de divulgação, coisa que eu nunca tinha me atrevido a fazer antes), e correndo feito louca só mesmo no dia do evento. E que evento. Um mar de gente, um mar de diversidade, um mar de liberdade. Quisera eu que todos os dias fossem assim. Nem me importaria com as dores insuportáveis nas pernas, o vermelhão na cara (pelo 4º ano consecutivo esqueci de passar protetor solar), e o cansaço que toma conta de mim agora.
Valeria muito a pena. Sempre vale. Ontem valeu, e vai continuar valendo, enquanto eu tiver fôlego e pernas para ajudar.
For a long, long time, I hope
! ;)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Birds do it, bees do it... let's do it... vamos amar....



Eu simplesmente amo essa música, por causa dessa cena deliciosa de um dos clássicos sessão da tarde da minha infância....




Qdo ouvi a versão em português com a Elza Soares e o Chico, amei mais ainda....



Sabe qdo uma música te faz bem, faz tudo parecer mais simples? Just like love should be??

E hoje, dei de cara com essa imagem aí em cima, a combinação do meu quadro favorito, com uma das minhas músicas prediletas.... Engraçado que este quadro para mim (e todas as versões desse "O Beijo" do Klimt) representa o amor em sua forma mais sofrida, necessária, entregue. Enquanto a música, é o amor sacaninha, gostosinho, aquela coisa tudo de bom que coloca um sorriso na sua cara e te faz ficar de bem com a vida.

Gostei da combinação inusitada dos dois. E nessas fases de epifanias desvairadas, fico pensando se dá mesmo, para combinar tudo isso na vida real.... Será?

Let's do It (let's Fall In Love)

Birds do it, bees do it
Even educated fleas do it
Let's do it, let's fall in love

In Spain, the best upper sets do it

Lithuanians and Letts do it
Let's do it, let's fall in love

The Dutch in old Amsterdam do it
Not to mention the Fins
Folks in Siam do it - think of Siamese twins

Some Argentines, without means, do it
People say in Boston even beans do it
Let's do it, let's fall in love

Romantic sponges, they say, do it
Oysters down in oyster bay do it
Let's do it, let's fall in love

Cold Cape Cod clams, 'gainst their wish, do it
Even lazy jellyfish, do it
Let's do it, let's fall in love

Electric eels I might add do it
Though it shocks em I know
Why ask if shad do it - Waiter bring me
"shad roe"

In shallow shoals English soles do it
Goldfish in the privacy of bowls do it
Let's do it, let's fall in love

Façamos

Elza Soares

Composição: Chico Buarque
Os cidadãos no japão, fazem
Lá na china um bilhão, fazem
Façamos, vamos amar!
Os espanhóis, os lapões, fazem
Lituanos e letões, fazem
Façamos, vamos amar!
Os alemães em berlim, fazem
E também lá em bonn...
Em bombaim, fazem
Os hindus acham bom.
Nisseis, nikeis e sanseis, fazem
Lá em são francisco muitos gays fazem
Façamos, vamos amar!
Os rouxinóis e os saraus fazem
Picantes pica-paus fazem
Façamos, vamos amar!
Os jaburus no pará, fazem
Tico-ticos no fubá, fazem
Façamos, vamos amar!
Chinfrins galinhas afins fazem
E jamais dizem não...
Corujas, sim, fazem
Sábias como elas são
E os perus, todos nus, fazem
Gaviões, pavões e urubus, fazem
Façamos, vamos amar!
Dourados do solimões, fazem
Camarões e camarães, fazem
Façamos, vamos amar!
Piranhas, só por fazer, fazem
Namorados, por prazer, fazem
Façamos, vamos amar!
Peixes elétricos bem, fazem
Entre beijos e choques...
Garçons também fazem
Sem falar nos hadocs
Salmões no sal, em geral, fazem
Bacalhaus do mar em portugal, fazem
Façamos, vamos amar
Libélulas e nambus, fazem
Centopéias sem tabus, fazem
Façamos, vamos amar!
Os louva-deuses, por fé, fazem
Dizem que bichos de pé, fazem
Façamos, vamos amar!
As taturanas também fazem
Um amor incomum
Grilos, meu bem, fazem
E sem grilo nenhum.
Com seus ferrões, os zangões, fazem
Pulgas em calcinhas e calções, fazem
Façamos, vamos amar!
Tamanduás e tatus, fazem
Corajosos cangurus, fazem
Façamos vamos amar!
Coelhos só e tão só, fazem
Macaquinhos no cipó, fazem
Façamos, vamos amar
Gatinhas com seus gatões,fazem
Dando gritos de ais...
Os garanhões fazem,
Esses fazem demais
Leões ao léu, sob o céu, fazem
Ursos lambuzando-se no mel, fazem
Façamos, vamos amar!
Façamos, vamos amar!!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Diário de Solteiro


Gente, fiz a descoberta cibernética da semana: um blog muito legal chamado "Diário de solteiro".

Dá para imaginar o tipo de texto q rola lá né??? Mas muito além da sacanagem, homens e mulheres soltos na vida comentam as agruras e alegrias da solteirice.

Daqueles blogs q vc pode passar uma tarte chuvosa inteira lendo, sabe???

Já tava achando q o blog era mais sobre putaria, qdo dei de cara com o seguinte texto:

"Sabe quando você lamenta por não ter a certeza com quem vai sair numa sexta a noite? Sabe quando você desejaria ter apenas uma boca pra beijar num final de semana? Sabe quando você vai ao cinema e morre de inveja do casal com ombros grudados na cadeira da frente? Sabe quando você percebe que com sua idade seus pais já eram casados e tinham filhos? Caro(a) solteiro(a), será que não chegou sua hora? Eu tenho uma leve sensação de que a minha chegou...."

Texto super mulherzinha descornada né??? Ledo engano!!! Texto bem bacana escrito por um homem, de vinte e poucos anos, q como todo ser humano, tem seus momentos de questionamentos profundos. Q talvez passem mais rápido q os meus, mas isso é detalhe.

Enfim.... Fuçando no blog, achei o super troféu "joinha" aí em cima... "and the asswhole award goes to..." Tinha q compartilhar né???? E o fato de ter o formato de um doce é apenas um daqueles pequenos bônus from hell. Just Perfect!



terça-feira, 22 de setembro de 2009

Juiz do PR tornou ilegal um site de troca de arquivos - Inacreditável!!


Hoje abrindo os emails do trabalho, dei de cara com uma notícia estarrecedora: um juiz do PR tornou ilegal um site de troca de arquivos e condenou o fabricante de um software P2P pelos usos que seus utilizadores podiam fazer dele: http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=925856&tit=Decisao-do-TJ-contra-software-gera-criticas

Depois, li um texto ótimo da Fabs, colega de trabalho que ensina, difunde e defende todas as formas de software livre, e não poderia concordar mais. Nas palavras dela:

"Explorar P2P não é errado, o problema é o vínculo do enriquecimento
ilícito baseado no empobrecimento do artista” ???

que empobrecimento? desde quando artistas conseguem viver da venda de
CDs ou DVDs? o empobrecimento é das majors, das gravadoras, das
produtoras, não dos artistas, estas é que estão muito preocupadas,
pois não podem mais explora-los como faziam antes.

Assistam God Copy Bad Copy:

http://video.google.com/videoplay?docid=4167507426251202806#

Ajuda muito a entender a questão...."

-- Fabianne Balvedi http://fabs.estudiolivre.org





Em meio a tudo isso, arquivos de rapidshare e similares estão sendo derrubados, e blogs como o Pistola D'agua estão sendo caçados dando início a uma verdadeira caça às bruxas.

Eu admito que não compro um cd a muito tempo, mas simplesmente por não dispor de R$40,00 para cada cd q gostaria de escutar. Eu vivo e respiro música, e sou a primeira a dizer q devo isso à disponibilização de arquivos pela internet, pois se não fosse assim, não teria acesso a nem um décimo das músicas que escuto, nem conheceria um terço dos artistas q conheço. Até onde esse troca-troca promove os artistas e faz com que os shows destes (verdadeira fonte de renda para dos músicos) lotem?
Saindo do âmbito da música, é só citar o caso do Tropa de Elite, q bateu recordes de bilheteria, apenas pq virou fenômeno da pirataria. Eu sou totalmente contra a INDÙSTRIA da pirataria, q envolve uma máfia envolvida com contrabando de cds e dvds, lavagem de dinheiro e outras coisas. E ao meu ver, a livre disponibilização de arquivos DE GRAÇA na web é a unica maneira de se compater a pirataria. E é importante diferenciar a troca de arquivos de pirataria, que ao meu ver, é o ganho de lucros indevidos em cima da obra de outros.

Daí surge a Lily Allen dizendo q isso acabará com os novos músicos, que não terão a chance de se lançar no mercado. Até entendo o raciocínio dela, e concordo que é mais facil para bandas já bem sucedidas como Radiohead apoiarem o compartilhamento de arquivos, mas essa tecnologia é uma realidade, está aqui, e veio para ficar. No blog, a Fabs lembra q qdo inventaram o gravador de fitas cassetes, disseram q isso iria destruir a indústria dioscográfica. E aqui estamos. Como todas as indústrias do mundo, a discográfica precisa se adaptar a nova realidade, às novas mídias, ao futuro.


Neste sentido, o documentário acima ajuda a compreender quais são as possibiliades para essa nova realidade. Iniciativas como a Creative Commons não só possibilitam novos meios e maneiras de se encarar o negócio da música e dos direitos autorais, mas criam um novo paradigma: a cobrança de direitos autorais mediante o uso comercial da obra. Senão, let it be, let it be.....

O mesmo acontece com a indústria editorial, que vê os e-books rolarem soltos, e tem em seus maiores autores alguns dos mais ardorosos defensores do compartilhamento. O Paulo Coelho mesmo, a dias atrás disponibilizou todos seus livros para download por dois dias, e colocou o endereço no twitter. O autor defende abertamente essa disponibilização, e chegou a fazer propaganda de um site, Pirate Coelho, com todos seus títulos para baixar.... E hoje, what a glorious news! A Biblioteca digital do google descobriu uma maneira de permitir impressões - controladas - de seus e-books.

Agora, depois de ter conseguido a autorização para utilizar duas músicas - uma de uma banda independente, e outra, diretamente da Sony Argentina - para um dos filmes do Ficção Viva, e de ter baixado apenas hoje de manhã, dois cds de um músico argentino que eu não encontraria para comprar aqui, acredito ainda mais neste novo paradigma. E assino embaixo.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Urticária Emocional



"SE APAIXONAR PELA PESSOA ERRADA PODE SER UMA ESPÉCIE DE MEDO DE COMPROMISSO?"

Quase duas da manhã. Madrugada de segunda-feira. Aquela contagem regressiva de quantas horas eu ainda posso dormir, fazendo com que o sono suma para um lugar far, far away. Pensando na vida. Merda, eu não posso pensar na vida, pensar na vida é insônia certa. Mas é nesses momentos de desespero, q surgem as melhores epifanias.

Comecei a pensar no curso de roteiro q está rolando, e que eu tanto queria fazer. Pensei na Maysa dizendo que as aulas estavam sendo quase como sessões de terapia coletiva. Piadas maldosas à parte, fiquei pensando sobre os exercícios propostos durante a oficina, em especial, sobre o primeiro exercício, onde os alunos tem q levar um objeto representativo, algo importante e verdadeiramente fundamental.

E no meio da madrugada, olhando através da penumbra para meu quarto, onde jaz tudo q eu posso chamar de meu, me dou conta q, se eu estivesse realmente fazendo a oficina, me debateria, e muito, para arranjar algo meramente parecido com a proposta do exercício. Me dei conta então, que não tenho nada físico, material, que seja representativo de mim ou para mim. Talvez um livro ou algum cd. Não, não. Eu não me identifico através deles. Nem mesmo uma jóia de família, um brinco ganho em alguma ocasião especial, um presente de uma amiga, um molho de chaves. Nada. Absolutamente nada. Tudo que me cerca poderia ser substituído, não é indispensável, não são coisas pelas quais eu tenha um apego especial, ou q tenham marcado momentos significativos. Meus momentos especiais sempre foram vividos intensamente. Mas na maioria das vezes, também foram vividos internamente, emocionalmente. E estão devidamente guardados em caixinhas junto ao peito, para servirem de alimento no futuro. Mas objetos? Não. Nada. Nem mesmo um terço, um mala, nada.

Comecei então a pensar no pq disso, no pq dessa inexistência de objetos importantes. E a resposta mais óbvia seria a de que, com tantas mudanças de casa e de cidade (mais de 25), aprendi a não depositar minhas memórias e sentimentos em objetos, mas em pessoas.
Forçando mais um pouquinho a barra, e pensando q se eu estivesse no curso, teria q surgir com um objeto de qquer maneira (dizem q o professor é braaaavooo), pensei q a única coisa que teria um significado realmente simbólico e representativo, seria o canudo do diploma que, se Buddha quiser, eu vou ganhar até o final do ano. Seria a única coisa que para mim, representaria um momento, uma transição, um caminho.

Fiquei então pensando no que essa faculdade, da qual estou louca para sair, representava para mim, e minha mente me levou de volta às mudanças. E de volta ao meu eu de 18 anos, morrendo de medo, e entrando na tão sonhada faculdade de cinema. Lembro que na primeira vez em que eu entrei na Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, no ano de 2000 (e o mundo não tinha acabado!), eu pensei: "um pequeno passo para o homem, um grande passo para a humanidade". Mas acho q era um passo grande demais para mim também.

A questão é que sonhos são assustadores de se realizar. Especialmente quando vc tem 18 anos, e nunca viveu nada real, sempre preferiu ficar no mundo da fantasia ao invés de se arriscar no big, bad world. Sonhos são assustadores de se realizar, pq qdo o universo acaba conspirando a favor, e vc se vê, do nada, fazendo a única coisa que vc achava que queria fazer desde os 12 anos de idade, então, naquele momento, se algo der errado, vc não tem ninguém a quem culpar. Nem à vida, nem aos pais, nem a nada ou ninguém. Só vc mesmo. E isso dá medo. E aos 18 anos, qdo vc tem medo, vc foge correndo. E eu corri tão longe, q atravessei oceano, dizendo que aquele sim, era meu grande sonho.

E depois da frustração de voltar correndo mais uma vez (agora qdo eu penso, me dou conta que passei anos correndo, sem nem saber do q, ou para onde), me negava a começar uma faculdade. Passei anos apavorada pela simples idéia de ficar 4 anos sentada na mesma cadeira, presa à mesma cidade, à mesma rotina. E talvez tendo que abandonar tudo isso de uma hora para outra, como sempre foi.
Ontem li no twitter uma frase do Paulo Coelho, q dizia não acreditar em mudanças graduais, mas em epifanias revolucionárias. Lembro que sorri ao ler isso, pq na minha vida tbem, nada foi lento e gradativo, tudo parece ter sido abrupto, mais do que mãozinhas do destino, as coisas sempre aconteceram meio que como grandes empurrões para dentro (ou para fora) do abismo.
E foi assim que, em 2005, em meio a uma crise colossal, fiz o vestibular para Relações Internacionais forçada. Não fui eu q fiz minha inscrição, e admito, fui fazer a prova a contragosto, meio que no efeito dos remédios para dormir e dos antidepressivos que eu tomava então. E o fato de que eu ainda podia fazer o vestibular dopada e passar em primeiro lugar fala muito mal da UTP, ou muito bem de mim, não é mesmo?

Enfim, ainda pensando nessa instabilidade toda, nessa agonia que eu sentia - e ainda sinto de tempos em tempos - em relação a faculdade, à uma carreira, à um compromisso, comecei a pensar e traçar paralelos com a minha malfadada vida amorosa, afinal é nela q eu me concentro, ou melhor, concentrava, em 99,99999999% do tempo.

Será que essa urticária emocional se refletia também nas minhas escolhas sentimentais?



Comecei a fazer uma lista mental dos homens pelos quais eu havia sido verdadeiramente apaixonada durante a minha so called, vida adulta.
Voltei até 2001/2002, onde o objeto da paixão era obviamente um idiota, que terminou se apaixonando pela minha irmã. Anos depois, veio o ex-jogador profissional de pôquer, que anunciava que não queria relacionamentos, e eu mesma assim, fui me apaixonar. Depois, e mais recentemente, veio o "esse é para casar", por quem eu me apaixonei perdidamente, fiz planos, e (que milagre!) tambpem fez planos comigo. Planos que nunca poderiam ser realizados devidos aos embrolhos em que ele estava metido (momento para um huuugeeee parênteses: esse ainda se revelou um total psycho, com direito a email mentindo sobre um acidente gravíssimo, para q eu voltasse a falar com ele. Ninguém merece). Depois e meio que durante este psicótico, veio então, the latest one. O objeto de tantos posts e de tanta dor de cabeça, q ocupou meu último ano de maneira tão, digamos, peculiar. Ele não só tinha "trouble" tatuado na testa, como carregava consigo uma legião de fãs que gostavam de compartilhar suas histórias, e me avisavam q a coisa ali era a maior roubada. Mas eu insisti, e aqui estou, tendo q lidar agora com o ego ferido dele, q não admite perder o público cativo agora que eu finalmente começo a ver a luz no fim do túnel. E para coroar tudo isso, a grande paixão da minha vida, que por 10 anos me consumiu, e q lá do outro lado do mundo, nem sabia q eu existia.

E depois dessa pequena lista de horrores, e do meu sono ter saído correndo na direção contrária de tanto medo às 3 da manhã, fui invadida por uma espécie de epifania do inferno: será o meu péssimo gosto, a minha péssima lista de relacionamentos, será a minha eterna mania de me apaixonar por pessoas inacessíveis e com óbvios problemas emocionais e para se relacionar, será que tudo isso é na verdade um próprio e velado medo de compromisso???

Eu disfarçava dizendo que os meus "amores possíveis" (para plagiar poesias alheias) eram medíocres, não me dariam a vida que eu tanto queria. Mas como ficou claro a dois posts atrás, a ficha de que ninguém é responsável pela mediocridade da minha vida, a não ser eu mesma, já caiu, e ficou ressoando, ando, ando, ando.... Os medíocres não são eles. Sou eu. Ou não. E é escolha minha, e quem diria, nos últimos tempos eu tenho feito ótimas escolhas.
Mas e agora?? Será que minha urticária emocional, que não me permitia começar uma faculdade ou imaginar ficar no mesmo lugar por anos, me levou a só me envolver com pessoas que obviamente não poderiam me dar o que eu tanto achava que queria - e chorava contra o travesseiro por noites a fio, por não ter??

Meus pensamentos voltaram então para a tal oficina de roteiro. E eu lembro que foi exatamente por isso que eu tanto quis fazer cinema. Eu amava escrever, era boa nisso, e passava boa parte do meu tempo criando histórias e fantasias, personagens mais interessantes que minha própria vida. E queria fazer cinema para ver se finalmente, conseguia transportar aquela minha realidade paralela para algo real, mesmo q através de uma tela. Mas isso exigia uma coragem que eu não tinha na época.

Hoje - e isso era algo q eu já vinha notando a tempos - minha criatividade parece ter se esgotado, e personagens e enredos não surgem mais com facilidade para mim. Mas somente ontem eu percebi o pq disso. Parece que quanto mais minha própria vida se torna interessante, qto mais eu vivo e aprendo a gostar da realidade, mais a fantasia vai embora. Engraçado isso né? Antes, eu queria escrever roteiros. Agora, eu quero (e gosto, e sou boa nisso) fazer produção. Produção, que por definição e necessidade é a arte de fazer as coisas acontecerem, de correr atrás do impossível, de transformar os sonhos sonhados por outros em realidade.

Gostei. E quero mais. E acho até que qdo uma nova turma de roteiro abrir, vou fazer.... Só para aprender a sonhar sabendo que sei - e posso - tornar tudo realidade. Deve ser bemmmmm melhor, não é mesmo???

E quem sabe, não começo a fazer isso também com os próximos homens que cruzarem meu caminho....

Quem diria. A realidade, pode ser mesmo melhor que a fantasia.

terça-feira, 15 de setembro de 2009