sábado, 26 de dezembro de 2009

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Olho Vivo lança quatro novas produções na Cinemateca de Curitiba

Olho Vivo lança

quatro novas produções na Cinemateca de Curitiba

Curtas-metragens e documentário são resultado do projeto Ficção Viva

Após mais de um ano de pesquisas e trabalho atrás das câmeras, chegam esta semana às telas curitibanas as produções realizadas pelo projeto Ficção Viva, iniciativa do Projeto Olho Vivo que se propõe a desenvolver ficção a partir de elementos documentais. Trata-se dos curtas-metragens “Um Vestido e um Amor”, “Retrato de Família”, “Betes” e do documentário “As Pessoas e as Coisas”, que estreiam nos dias 25 e 26 de novembro, na Cinemateca de Curitiba, com sessões gratuitas às 20h e 21h30.

Resultado de um processo criativo pioneiro que integra organicamente as áreas de roteiro, interpretação e câmera, os filmes usam como pano de fundo a capital paranaense seja para analisar as delicadas inter-relações que as pessoas mantêm em seu círculo familiar bem como as experiências que estes personagens constroem a partir de objetos do cotidiano.

A primeira situação é exposta em “Retrato de Família”, que tem direção de Marcelo Munhoz e mostra o frágil equilíbrio entre um aposentado e sua família após um derrame e a contratação de uma enfermeira, e também em “Betes”, de Bruno Manfredi e do estreante Vinicius Mazzon, no qual antigos conflitos entre dois irmãos vêm à tona durante um jogo. Já em “Um Vestido e um Amor”, dirigido por Luciano Coelho, é a peça de roupa do título o motivo de uma misteriosa história que se passa numa loja de roupas usadas.

As três ficções tiveram ponto de partida no documentário “As Pessoas e as Coisas”, que entrevistou colecionadores, antiquaristas, donos de brechós e sebos para tentar entender o significado dos objetos nas vidas das pessoas. “Muito mais do que forma ou função, os objetos têm vida social, são palco de nossas experiências e estão impregnados de emoções, por isso dizem tanto sobre nós. Além disso, são uma inesgotável fonte de pesquisas”, diz Marcelo Munhoz, um dos coordenadores do Ficção Viva.

Primeiro filme a ser gravado, “As Pessoas e as Coisas” serviu de base para o processo de criação da dramaturgia dos curtas-metragens. Mesmo assim, cada filme tomou rumo e identidade artística próprios, ainda mais que “a história de vida dos participantes de cada núcleo do Ficção Viva foi utilizada como elemento enriquecedor”, completa Luciano Coelho, outro coordenador do Ficção Viva.

Serviço:

Lançamento dos filmes “Um Vestido e um Amor”, “Retrato de Família”, “Betes” e “As Pessoas e as Coisas”

Data: 25 e 26/11 (quarta e quinta-feira). No dia 25 exibição de “Um Vestido e um Amor” e “As Pessoas e as Coisas” e no dia 26 de “Retrato de Família” e “Betes”.

Horário: sessões às 20h e 21h30

Local: Cinemateca de Curitiba (Rua Carlos Cavalcanti, 1174 – São Francisco)

Entrada franca.

Informações: (41) 3015-1592 e www.projetoolhovivo.com.br.

Sobre o Ficção Viva

O Ficção Viva se propõe a levar ao grande público, por meio de produtos audiovisuais de expressão e qualidade, a pesquisa de construção dramática desenvolvida no Projeto Olho Vivo. Com o patrocínio da Petrobras, durante um ano, 45 alunos participaram de um processo criativo único que integrou organicamente as áreas de roteiro, interpretação e câmera, culminando na realização de quatro filmes. Em paralelo às atividades, seis workshops e encontros com renomados profissionais do cinema latino-americano deram base ao projeto.

Sobre o Projeto Olho Vivo

Em 2009, o Projeto Olho Vivo completou seis anos de atividades. Neste período produziu quase 50 filmes entre documentários e ficção, e teve inúmeras participações em festivais de cinema no Brasil e no exterior, além de receber o prêmio Escola Viva do Ministério da Cultura pelo projeto social “Minha Vila Filmo Eu” e sua metodologia de oficinas de audiovisual nas periferias.

Fichas técnicas:

“Um Vestido e um Amor” (ficção – 20’)

No brechó de Juraci cada roupa tem uma história muito especial. A jovem Beatriz chega a procura de uma peça que a inspire na criação de seu personagem para uma montagem teatral. Lá se depara com um vestido de noiva, e ouve de Juraci a misteriosa história da mulher que nunca pôde usá-lo mas continua vindo uma vez por mês para visitá-lo. Beatriz deseja comprar o vestido, sem saber que o destino da noiva e seu falecido noivo ainda está por ser definido.

Direção: Luciano Coelho. Roteiro: Edenilson de Almeida, Fabíola Melo, Guilherme Empke e Luciano Coelho. Direção de produção: Gladys Mariotto. Assistência de produção: Alexandre Longo. Direção de fotografia: Gustavo Yuki. Assistência de câmera: Cláudia Amorim. Elétrica e pré-light: Ivanir Pereira da Silva (Fumaça). Direção da arte: Gladys Mariotto, Fabíola Bonofiglio, Gabriela Windmüeler e Maysa Pedotti. Som direto: Denise Kelm, Marquinhos Ribeiro e Rose Ribeiro. Edição: Luciano Coelho, Claudia Amorim e Gustavo Yuki. Design de som: Denise Kelm. Trilha sonora: Rachel’s e Fito Paez. Preparação de elenco: Marcelo Munhoz. Elenco: Greice Barros (Noiva), Nana Rodrigues (Juraci), Rossana Ceres (Beatriz), Alessandra Flores (Berenice) e José Ronaldo Ribeiro (Marido).


“Retrato de Família” (ficção – 29’)

Osvaldo é um advogado aposentado que, depois da morte da esposa, segue vivendo na cadência discreta de seu velho relógio. Um derrame acaba com a ordem de sua vida. Seus filhos, Vera e Tiago, contratam uma enfermeira, Noeli, que impõe um novo ritmo para a casa, mexendo com o frágil equilíbrio entre Osvaldo e sua família.

Direção: Marcelo Munhoz. Roteiro: Carlos Vogel, Eduardo Miranda, Eugenio Thomé, Marcelo Munhoz e Márcia Pope. Direção de produção: Gladys Mariotto. Assistência de Produção: Alexandre Longo. Supervisão de fotografia: Luciano Coelho. Direção de fotografia: Claudia Amorim. Assistência de fotografia: Gustavo Yuki. Direção de arte: Gladys Mariotto, Fabíola Bonofiglio, Maysa Pedotti e Gabrielle Wundmüller. Som direto e design de som: Denise Kelm. Música: Vera Domenico. Edição: Marcelo Munhoz. Elenco : Luiz Godói (Osvaldo), Bel das Neves (Vera), Julien Coelho (Tiago), Ellen Piragine (Noeli), Natalia Fantini (Estela) e Alcione Janeiro (Paulo).



“Betes” (ficção – 18’)

André volta para sua casa de infância para reconciliar-se com Jonas, seu irmão mais velho. Ali conhece Silvia, a esposa do irmão, grávida de 6 meses, e se depara com um novo lar, que não é mais o seu. Durante um jogo de betes com os amigos, o antigo conflito entre os irmãos vem à tona.

Direção: Bruno Manfredi e Vinicius Mazzon. Roteiro: Bruno Manfredi, Lielson Zenni e Vinicius Mazzon. Direção de produção: Gladys Mariotto. Assistência de produção: Alexandre Longo e Christiane Spode. Supervisão de fotografia: Luciano Coelho. Direção de fotografia: Adalgisa Lacerda. Assistência de fotografia: Gustavo Yuki. Direção de arte: Gladys Mariotto, Fabíola Bonofiglio, Maysa Pedotti e Gabrielle Wundmüller. Som direto e design de som: Rafael Puppi. Edição: Bruno Manfredi e Vinicius Mazzon. Elenco: Ed Canedo (André), Gerson Delliano (Jonas), Rozana Percival (Sílvia), Thomas Kuhn (Marcão), Guilherme Empke (Cezinha).



“As Pessoas e as Coisas” (documentário – 30’)

Que histórias estão por trás de cada objeto que passa por nossa vida? Compramos, vendemos, guardamos, atribuímos valor e significado das mais variadas formas. Serão então os objetos capazes de revelar quem somos, melhor do que nós mesmos? Produzido a partir da pesquisa sobre o universo “Pessoas e Objetos” dentro do projeto Ficção Viva, este documentário entrevistou colecionadores, antiquaristas, donos de brechós e sebos. Símbolos de dores e alegrias. Representação de sonhos e identidades. Apego e desapego. Essas são algumas das relações entre as pessoas e as coisas surgidas nas histórias pelos personagens.

Coordenação geral: Luciano Coelho e Marcelo Munhoz. Direção de produção: Gladys Mariotto. Assistência de produção: Christiane Spode. Realização: Adalgisa de Lacerda, Alexandre Longo, Bruno Manfredi, Claudia Amorim, Denise Soares, Fabíola Bonofiglio, Gabrielle Windmüller, Gladys Mariotto, Gustavo Yuki, Luiz Rafael Puppi e Maysa Sousa. Pesquisa: Alcione Janeiro, Alessandra Flores, Bel das Neves, Carlos Guilherme Vogel, Edenilson de Almeida, Eduardo Frade Miranda, Eugenio Thomé, Fabíola de Melo, Gerson Delliano, Guilherme Empke, Lielson Zeni, Marcia Poppe, Nana Rodrigues e Vinícius Mazzon.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Puente Celeste


Descobri meio por acaso essa banda porteña que é tudo de bom e mais um pouco. Estou sem tempo ou vontade de inventar algo sobre eles (e ainda estou escutando os cds que consegui baixar), então vou deixar vcs com textos ótimos que achei por aí.....

Confiram!!


(via a enciclopédia do rock argentino http://www.rock.com.ar/bios/7/7579.shtml)

Puente Celeste
Edgardo Cardozo: guitarra, requinto, acordeón, cajón y voz
Lucas Nikotián: acordeón, piano y flauta traversa
Luciano Dyzenchauz: contrabajo, cajón y berimbao
Marcelo Moguilevsky: clarinete, clarón, flautas dulces, armónica y voz
Santiago Vázquez: percusión, berimbao, mbira, tablas, guitarra y voz


Puente Celeste es un grupo de música instrumental y vocal que se formó en 1997. Su formación ha ido variando desde "Santiago Vazquez & Puente Celeste", su álbum debut, distinguido como Mejor disco y Revelación del año 1998 por el diario Clarín.
Las influencias musicales son variadísimas: desde el folklore argentino y el tango hasta el jazz y la música clásica del siglo XX.

Ésta es la primera producción discográfica de Santiago Vazquez, junto a Puente Celeste. Un disco ecléctico que funciona como un viaje sonoro a través de las muchas y muy distintas facetas que cohabitan el universo musical de Vazquez. Jazz, canciones pop, tango, folklore argentino, música de India o de África, free, experimentación. música culta y popular conviven pacíficamente en este disco, que fue elegido Disco Revelación del año 1998 por el diario Clarín.

Sobre Santiago Vazquez
Santiago Vazquez es un multipercusionista, cantante, guitarrista, vientista y compositor argentino. Es un polifacético artista que en su música deja fluir ritmos y armonías de diversos orígenes, como la música africana, el klezmer, los estilos tradicionales argentinos y folclóricos latinoamericanos. Me arriesgo a decir que es uno de los padres de la -a mi entender redundantemente llamada- "World Music" argentina. Entre los instrumentos que toca están: el berimbao, el tabla, los bendires marroquíes, la batería, la guitarra, el bajo, el piano, la mbira, y el doudouk, así como instrumentos fabricados por él mismo e instrumentos hechos con chatarra y objetos domésticos.
Links de descarga:
Parte 1: http://www.zshare.net/download/620546678081de5e/
Parte 2: http://www.zshare.net/download/62066140115bac7a/
Parte 3: http://www.zshare.net/download/62088528bc557432/
Parte 4: http://www.zshare.net/download/62091748b5b7bc9a/

"Pasando el mar" ( clique aqui para baixar) es el segundo disco, «una de las aventuras mas interesantes en el campo de las músicas de tradición popular. Nada es exactamente igual a como podría esperarse; aparece algún aliento de milonga, alguna acentuación de folklore argentino, una cierta partícula melódica o rítmica que habla de migraciones, un resabio de Mateo o de Maslíah, o de Spinetta. Músicos excelentes haciendo música excelente», según la crítica de Diego Fischerman publicada en Página/12 (8/5/2002).

"Mañana domingo" (clique aqui para baixar), el tercer trabajo, es un disco acústico. En él se plasma el lenguaje que el grupo desarrolló durante los más de 30 conciertos del 2004. Producido por la misma banda, contiene 13 composiciones propias, en las que están presentes tanto la canción como la improvisación y el diálogo instrumental.


(via http://clubdeldisco.com/sitio/index.php/catalogo/disco/puente_celeste_canciones/)

Luego de cinco años de silencio discográfico Puente Celeste entrega un disco de canciones que desborda poesía. Gracias a su riguroso “control de calidad”, este quinteto de instrumentistas y cantantes a la vez apasionados y perfeccionistas obtuvo un disco equilibrado en el que nada desentona. Con placer hacemos llegar a nuestros socios por primera vez como Disco del Mes a este inusual grupo.
Muchos socios del Club conocen Otra vez el mar, canción con la que la voz de Edgardo Cardozo abre el nuevo disco de Puente Celeste. Claro, era una de las memorables canciones de Amigo (Disco del Mes de noviembre de 2007, Juan Quintero y Edgardo Cardozo). Nadie se quejará por la falta de “novedad”: la versión, fresca gracias a la polirritmia que sutilmente despliega el grupo, es de una belleza tal que se transforma en una declaración de principios, una bandera, como si el quinteto dijera “Así será este disco”. Así, lleno de canción, de poesía y de una música ancha, alternativamente tersa o rugosa, calma o nerviosa según las circunstancias. Escapando siempre al lugar común, pero sin temor a lo popular, Puente Celeste parece descansar en la solvente musicalidad de sus cinco miembros para entregar un álbum de canciones (apenas dos temas que no son canciones, sobre doce tracks) en el que hay muchas melodías para recordar, desde la primera escucha, pero también hay una complejidad y una belleza en la arquitectura de los arreglos que invita a repetir la experiencia sin cansarse nunca. Se van descubriendo nuevas gemas en cada vuelta que da el disco…Hay tres voces cantantes en este quinteto. Las tres muy diferentes, cada una con un registro distinto y con posibilidades de expresión muy características. Cardozo, tenor de voz liviana pero plena, con notable capacidad para contar historias, para lo dramático, y también para la dulzura, se hace cargo de sus cuatro canciones. Aparte del track de apertura, canta Aire seré, La noche murmura (sobre poesía de Juan L. Ortiz) y el fantástico Milongón azul. Moguilevsky es la voz grave del grupo, llena de armónicos el aire aportando electricidad en Pinche tirano y Quién (ambos de Dyzenchauz) y una profundidad notable en No hay después (de su autoría). Finalmente, en Pasadizos (otro tema del contrabajista), logra algo sólo posible gracias al estudio de grabación: cantar junto a su saxo tenor. Vázquez demuestra que cuando canta pone el alma. Eriza la piel escuchar su voz, a veces a punto de quebrarse por la emoción en Noche de papel (tema propio) o en Las palabras (de Nikotián). Además, los tres se juntan en muy buenos arreglos vocales a dos o tres voces (también se suma a veces en los coros Luciano Dyzenchauz). Es notable que en un grupo de grandes instrumentistas, en el cual no hay (¡qué bueno!) un cantante definido o frontman se pueda disponer de una paleta tan amplia de colores vocales. Es muy notable porque se supone que el fuerte de Puente Celeste es la calidad de sus integrantes como multiinstrumentistas, y este disco ocupa una gran parte de su tiempo en arreglos que se subordinan a las muy cantables melodías que salen de sus laringes, no sólo de sus dedos.Impecable disco de estudio, de un grupo que ama el toque en vivo. Queda, como ruego, el deseo de que el próximo disco ¡llegue pronto!

Para baixar o delicioso "Canciones", clique aqui!

oficial:http://www.puenteceleste.com/

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Comentários sobre a homofobia de nosso governador‏

Desde 2006 faço parte da organização da Parada da Diversidade de Curitiba - PR, realizada pela APPAD- Associação Paranaense da Parada da Diversidade. Nestas quatro Paradas das quais tive orgulho e prazer em trabalhar, presenciei preconceitos e dificuldades sempre superadas por uma equipe dedicada e competente, e por mais de 100 mil pessoas que fazem questão de participar desta que é a maior manifestação pelos Direitos LGBT de nosso estado.

Em Curitiba, a Parada se encerra no Centro Cívico da cidade, diante do Palácio Iguaçu, sede do Governo do Estado do Paraná, pois fazemos questão que o evento "bata às portas" do centro do poder executivo e legislativo do estado e da cidade, para que nossos governantes percebam a dimensão - de pessoas, de vidas e de força - que a luta pelos Direitos Humanos tem aqui. Neste ano, mais de 120 mil pessoas enfrentaram o mau tempo para prestigiar o evento, sem saber de todos os empecilhos que já havíamos enfrentado para realizá-lo. Empecilhos burocráticos fundados em preconceitos puros, e como vcs puderam ver através da fala de nosso governador (detalhes abaixo), nada velados. Embora o Paraná seja um dos berços do movimento LGBT no Brasil, ainda enfrentamos questões moralmente e politicamente absurdas como esta relatada no jornal nacional de ontem ( http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL1357250-10406,00-GOVERNADOR+DO+PR+FAZ+DECLARACAO+PRECONCEITUOSA.html ), e outras que soam quase inacreditáveis, a exemplo da vereadora de Maringá, no norte do estado, que defendia um projeto para "recuperar" lésbicas, como se a homossexualidade fosse uma doença passível de recuperação.

Porém é importante ressaltar que, embora pareça contraditório, a Parada da Diversidade de Curitiba acontece através de apoio público, federal, municipal e até mesmo estadual, principalmente de aliados nas secretarias para Assuntos Estratégicos, da Saúde e Educação. Felizmente um governo é mais do que a figura de seu governante.

Neste ano, o tema da Parada da Diversidade de Curitiba foi "Seus direitos, nossos direitos, direitos humanos. Pelo Fim da Violência e da Impunidade”. Foi exatamente por ter a consciência de que a defesa dos direitos humanos - sejam de héteros, gays, lésbicas, transexuais, negros ou brancos - é um compromisso global que diz respeito a todos, que eu, apesar de ser heterossexual, dediquei anos da minha vida ao movimento LGBT, e agora em 2009, emprestei minha voz para a divulgação da Parada. Assim, a cidade inteira pode ouvir, através de rádios e carros de som, uma heterossexual gritando palavras de ordem e de defesa dos direitos LGBT, e convidando para que todos tomassem parte no que foi a maior celebração da igualdade, diversidade e principalmente, do respeito, que nossa cidade já viu. Respeito este que parece ser ignorado por nosso governador, mas que lhes garanto, é celebrado não somente pelas 120 mil pessoas que compareceram à Parada, mas por uma imensidão de eleitores que se recordarão desse episódio.

Qdo fiquei sabendo das palavras do Sr. Roberto Requião, confesso que chorei, não somente por ter nosso imenso e maravilhoso trabalho colocado como causa de algo terrível como o câncer de mama, mas por existirem pessoas que ainda possuem tal visão preconceituosa e absurda do mundo. Porém se anos na defesa dos Direitos Humanos me ensinaram algo, é que mudar mentalidades é algo lento, porém possível. E é através de eventos como a Parada, e coberturas da mídia como as que estamos presenciando desde ontem, que esse trabalho se torna a cada dia, mais real.

Agora, depois de ser alvo da globo e de todos os meios de comunicação, nosso governador falou q foi tudo um engano, q ele apenas tentou usar o humor (pq é tão divertido fazer piada de minorias, quem sabe na próxima ele faz uma de "negão") e dar um tom "lúdico" ao lançamento da campanha contra o câncer... Pq claro, era um momento lúdico, belo e poético, afinal ele só falava da doença que mais mata no mundo. Daí para demonstrar o quanto ele conhece a causa LGBT, e defende os Direitos Humanos, ele diz que só conhece um gênero, o humano, e que o resto são opções e escolhas. Preciso realmente falar da diferença entre orientação e opção sexual? Alguém conhece algum gay ou lésbica que escolheu ser diferente do padrão heteronormativo, e sofrer com todo o tipo de absurdos vindo de pessoas como nosso dignissimo governador?? Então, para finalizar, Requião fala de todas as maravilhas que fez pelas minorias, usando o nome de Nizan Pereira como escudo. Nizan Pereira é uma das pessoas mais fantásticas que já conheci, e é, definitivamente, um dos maiores aliados de todos os movimentos sociais do Paraná. Como eu disse, ainda bem que um governo é mais do q a figura de seu governante. Mas só quem faz parte deste governo sabe o que tem que enfrentar, "dentro de casa", para conseguir fazer algo. E todos, sem excessões, sabem que nenhum avanço em relação a DH ou minorias neste estado, foi feito graças à pessoa que carrega o título de governador (está mais para "apesar de"...).


Enfim. Denunciem, divulguem, comentem. Não deixem que tal absurdo passe em branco, ou que o preconceito cale mais uma vez a luta pelos Direitos Humanos.

Maiores detalhes sobre a Parada e o que acontece em nosso estado, no site www.paradadadiversidade.org.br . Abaixo, vcs encontrarão a Nota Oficial da APPAD sobre o ocorrido.


Governador Requião - Solicitação de uso fala na Escola de Governo do Estado do Paraná

27 de Outubro de 2009 | Categoria: Parada 2009
NOTA OFICIAL
Associação Paranaense da Parada da Diversidade - APPAD
Ao Senhor Governador ROBERTO REQUIÃO
Solicitação de uso fala na Escola de Governo do Estado do Paraná
A APPAD – Associação Paranaense da Parada da Diversidade entidade que realiza a “Parada da Diversidade LGBT” em Curitiba e afiliada Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), solicita a Vossa Excelência uso da fala na próxima Escola de Governo para apresentar a importância da Parada da Diversidade LGBT e a atual situação da discriminação contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) no Paraná.
Essa solicitação é requerida devido ao pronunciamento feito por Vossa Excelência durante a Escola de Governo, na terça-feira (27). “Eu chamaria o Gilberto Martins, que vai, em um espaço reduzido de tempo, anunciar a implementação de ações estratégicas para o controle do câncer. A ação do governo não é só em defesa do interesse público. É da saúde da mulher também. Embora hoje o câncer de mama seja uma doença masculina também, né? Deve ser conseqüência dessas passeatas gay” disse Vossa Excelência antes de passar a palavra ao Secretario Gilberto Martin.
Lamentavelmente esse tipo de pronunciamento reforça a discriminação, a violência e o assédio moral contra os e as milhares de LGBT do estado do Paraná e do Brasil já que o sinal da TV Paraná Educativa é transmitido ao vivo para todo o pais. Segundo pesquisas 10 % da população mundial é composta por LGBT, sendo assim o Paraná teria em seu solo e sobre sua governadoria quase 900 mil homossexuais. Somente este ano 19 pessoas foram mortas no estado por terem uma orientação sexual diferenciada da heterossexual.
A Parada da Diversidade LGBT de 2009 organizada pela APPAD registrou 120 mil pessoas, ocorrida no dia 27 de setembro, e contou com a parceria do Governo do Paraná por meio da Secretaria de Estado da Saúde. Alem da Parada de Curitiba outras 189 são realizadas no Brasil, a parada de São Paulo é considerada a maior do planeta.
Ao liberar espaço para que a APPAD e ABGLT possam expressar seu democrático direito de esclarecer a função social da parada e do movimento LGBT paranaense durante a Escola de Governo, Vossa Excelência demonstrará que é um governador que respeita os cidadãos do Paraná.
Portanto, vimos solicitar que Vossa Excelência atenda a Solicitação da APPAD e ABGLT, disponibilizando espaço ao vivo na Escola de Governo e que Vossa Excelência atenda o pedido da ABGLT (Ofício PR 520/2009 – 27/10) e nos atenda em audiência.
Felizmente, não estamos no século XIX e os avanços no campo da cidadania e dos direitos humanos são cotidianos e visíveis. A história caminha. Queremos ter a certeza que o Governador do Paraná não compactua com a discriminação e segregação da comunidade LGBT do estado. Estamos a disposição nos fones (41) 3232 1299 / 3222 3999 / 9109 1950 / 9602 5984.
Respeitosamente,
Márcio Marins
Presidente da APPAD

domingo, 18 de outubro de 2009

Esta noche (algo que no doy)...

Dia esquisito, encerrado com uma boa descoberta musical - Francisca Valenzuela, uma chilena de 22 anos q compõe e canta como gente grande. (Para baixar seu disco "Muerdete la lengua", clique aqui).

Noite... Boa, agradável, incômoda. Talvez seja uma pontinha de inveja, talvez seja um restinho de amor. Talvez seja só solidão e carência potencializadas ao ver alguém tendo tudo aquilo q eu sonhei tanto tempo em ter... não sei. Mas não incomoda muito, não fere muito. Mas ainda está lá.
E como o universo é bizarro e tem senso de humor estranho... e pq minha vida sempre tem trilha sonora....




Esta noche (algo que no doy)
Francisca Valenzuela
Composição: Francisca Valenzuela

Esta noche me ha pedido algo que no doy
No sé si es mi amigo o será algo más hoy
Esta noche me he convertido en algo que no soy
Desnuda frente a esta fría luna
Aquí aprovecho y me voy
He Reiterado mil veces
Yo Cierro mis oídos
Mi puerta de entrada
Retirado mil veces
Yo cierro mis ojos y me dejo llevar
Esta noche he vivido algo que no reconozco
Y se encuentra dividido entre mi amor y su odio
Y esa noche no quería, hoy si yo tal vezpero que le voy a hacer si él no quiere
Probando mil vecesYo cierro mi boca
Encanto de piel
Enfrentando mil voces
Yo cierro mis pulmones
Sin dejar saber lo que se siente ser
Esta noche he cedido algo que no doy
Esta noche he recibido y ahora me voy
Aiai... como diria a Francisca (na fofa "afortunada")....

"Soy tan afortunada de tener una segunda piel para recorrer..."

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A China tem o Tigre e o Dragão, nós temos... O BESOURO!




Dei de cara com um trailer de um filme nacional no Contraditorium, que é no mínimo, muiiito diferente da procução brasuca com a qual estamos acostumados. Como diria Cardoso, "... um filme nacional mas não passava a impressão de ter sido feito com orçamento de conserto de geladeira, nem por alunos da UFF em uma missão de denúncia social e/ou insuflação de ideais revolucionários. Também não era uma cinebiografia chata. Parecia ser algo mais raro no cinema brasileiro do que um filme sem o Wagner Moura: Era um filme de entretenimento!"

E não é q é mesmo??? Euzinha q sempre fui contra a onda "seufilmesóéfilmebom se for sobre miséria-nordeste-cachorro perneta" que me afugentou da faculdade de cinema em 2000, sempre apostei na tal indústria do entretenimento, afinal, quem paga um ingresso absurdamente caro para passar duas horas no escurinho, quer fugir da vida, quer viver novos mundos, quer experimentar, nem q seja por aquele curto período de tempo, uma outra realidade. Seja essa realidade a de um amor bem sucedido, de mocinhas e mocinhos aventureiros, de ficções científicas fantásticas, ou de vampiros e outros monstros q dão medo e fazem a luz do fim do túnel (da saída do cinema) ficar ainda melhor. Não q eu não goste de cinema político q desperte consciência social e eduque: Hotel Rwanda, Abril Sangrento, o documentário Ghosts from Abu-Grahib, entre outros, estão na minha lista de top 10 forever and ever. Mas pregar que um país tem q manter a linha naturalista e falar apenas da sua realidade, senão é "americanizado", é ir contra a principal essência da sétima arte: a de criar, naquela tela enorme, a realidade que quisermos, que sentirmos vontade, e que acharmos que pode, de alguma maneira, dizer algo para os outros. E agora, trabalhando com cinema, e vendo a anos já essa nova leva produzida pela GloboFilmes, dou uma risadinha e pensando no #$%@ do meu professor de roteiro (q era o próprio, roteirista da globo) que me disse q eu era ameicanizada, digo: "Tomô!!".

Enfim, voltando ao filme, "Besouro tem um quê de 300, conta a história de uma figura real -Besouro realmente existiu- mas a versão é fantasiosa. Besouro entrou pro rol das lendas como o maior capoeirista de todos os tempos, e por isso suas aventuras podem e devem ser exageradas, recontadas e admiradas fora dos grilhões da realidade".

Amei e fiquei louca para ver! Fantasia da melhor qualidade e cenas de lutas no melhor estilo cinema chinês. Com direito a um samba do criolo doido envolvendo candomblé, misticismo, lendas brasucas e o melhor, tudo com uma cara brasileiríssima, da melhor qualidade.

Quem disse que para se fazer cinema entretenimento é preciso esquecer as raízes????

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Mercedes Sosa



Confesso que nunca conheci muito sobre o trabalho ou a vida de Mercedes Sosa, apenas que ela era uma ativista fervorosa e apaixonada e dona de uma das vozes mais marcantes da musica latino americana. A algum tempo atrás dei de cara com o cd "Cantora" (clique para baixar), lançado este ano, onde Mercedes fazia coro com as maiores vozes latinas, como Juan Manoel Serrat, Spinetta, meus queridos Jorge Drexler (cantando a maravilhosa Sea) e Julieta Venegas, e até mesmo Caetano Veloso, em uma versão memorável de "Coração Vagabundo".

Mesmo sem conhecer profundamente o trabalho dela, como amante da música latina que sou, foi com pesar que soube que ela estava hospitalizada na sexta-feira, e que havia falecido no domingo, dia 07, devido a falência múltipla dos órgãos, em decorrência do Mal de Chagas.

Agora, vi no orkut de um amigo um vídeo ótimo da cantora com a colombiana Shakira e com Pedro Aznar, que me fizeram suspirar diante de tamanha voz e talento. E ainda, lendo o blog deste amigo, vi seu relato emocionante sobre sua admiração pela cantora, e sua experiência única ao vê-la ao vivo, embora já estivesse debilitada pela doença.




No blog, Carlos fala que Mercedes Sosa, "Dona de uma voz forte e marcante, La Negra jamais se contentou em apenas interpretar canções. Fez de sua voz a voz dos oprimidos, dos explorados, a voz dos sem voz. Em suas canções, entonou desejos de liberdade e de igualdade tão almejados pelo sofrido povo latino-americano. Ativista em movimentos de esquerda na Argentina, carregava em seu semblante a mistura de traços europeus e indígenas, que faziam dela um exemplo da mestiça população sul-americana. E como tal, jamais se furtou a tarefa de falar por sua gente."

E termina com a frase inicial do vídeo lá de cima:

"Los únicos vencidos son los que no luchan."

Uma verdadeira lição de vida bem vivida, e de talento bem utilizado. Descanse em paz, Mercedes.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Parada da Diversidade 2009


Parada da Diversidade 2009 .
Seus direitos, nossos direitos, Direitos Humanos.

120 mil pessoas compareceram, aguentaram chuva, dançaram e ouviram militantes e ativistas defenderem os direitos mais fundamentais de qualquer ser humano. Liberdade. Respeito. Igualdade. Nem mais nem menos, apenas os mesmos direitos que eu e vc , querido leitor heterossexual, usufruímos e tomamos como garantidos.

Foi a 4ª Parada da Diversidade na qual eu tive a honra de fazer parte da Organização, toda composta por funcionários, voluntários e aliad@s da APPAD - Associação Paranaense da Parada da Diversidade, ONG local responsável por essa mega festa. Mesmo qdo trabalhava lá, e passava os meses anteriores me descabelando e correndo atrás de documentos, liberações, apoio, era só ver toda essa gente na avenida Cândido de Abreu que meu coração parava por um segundo, e agradecia aos céus pela oportunidade de estar ali.

Este ano, já que não trabalho mais lá, acabei meio q entrando no último minuto (apesar de ter emprestado a voz para as vinhetas de divulgação, coisa que eu nunca tinha me atrevido a fazer antes), e correndo feito louca só mesmo no dia do evento. E que evento. Um mar de gente, um mar de diversidade, um mar de liberdade. Quisera eu que todos os dias fossem assim. Nem me importaria com as dores insuportáveis nas pernas, o vermelhão na cara (pelo 4º ano consecutivo esqueci de passar protetor solar), e o cansaço que toma conta de mim agora.
Valeria muito a pena. Sempre vale. Ontem valeu, e vai continuar valendo, enquanto eu tiver fôlego e pernas para ajudar.
For a long, long time, I hope
! ;)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Birds do it, bees do it... let's do it... vamos amar....



Eu simplesmente amo essa música, por causa dessa cena deliciosa de um dos clássicos sessão da tarde da minha infância....




Qdo ouvi a versão em português com a Elza Soares e o Chico, amei mais ainda....



Sabe qdo uma música te faz bem, faz tudo parecer mais simples? Just like love should be??

E hoje, dei de cara com essa imagem aí em cima, a combinação do meu quadro favorito, com uma das minhas músicas prediletas.... Engraçado que este quadro para mim (e todas as versões desse "O Beijo" do Klimt) representa o amor em sua forma mais sofrida, necessária, entregue. Enquanto a música, é o amor sacaninha, gostosinho, aquela coisa tudo de bom que coloca um sorriso na sua cara e te faz ficar de bem com a vida.

Gostei da combinação inusitada dos dois. E nessas fases de epifanias desvairadas, fico pensando se dá mesmo, para combinar tudo isso na vida real.... Será?

Let's do It (let's Fall In Love)

Birds do it, bees do it
Even educated fleas do it
Let's do it, let's fall in love

In Spain, the best upper sets do it

Lithuanians and Letts do it
Let's do it, let's fall in love

The Dutch in old Amsterdam do it
Not to mention the Fins
Folks in Siam do it - think of Siamese twins

Some Argentines, without means, do it
People say in Boston even beans do it
Let's do it, let's fall in love

Romantic sponges, they say, do it
Oysters down in oyster bay do it
Let's do it, let's fall in love

Cold Cape Cod clams, 'gainst their wish, do it
Even lazy jellyfish, do it
Let's do it, let's fall in love

Electric eels I might add do it
Though it shocks em I know
Why ask if shad do it - Waiter bring me
"shad roe"

In shallow shoals English soles do it
Goldfish in the privacy of bowls do it
Let's do it, let's fall in love

Façamos

Elza Soares

Composição: Chico Buarque
Os cidadãos no japão, fazem
Lá na china um bilhão, fazem
Façamos, vamos amar!
Os espanhóis, os lapões, fazem
Lituanos e letões, fazem
Façamos, vamos amar!
Os alemães em berlim, fazem
E também lá em bonn...
Em bombaim, fazem
Os hindus acham bom.
Nisseis, nikeis e sanseis, fazem
Lá em são francisco muitos gays fazem
Façamos, vamos amar!
Os rouxinóis e os saraus fazem
Picantes pica-paus fazem
Façamos, vamos amar!
Os jaburus no pará, fazem
Tico-ticos no fubá, fazem
Façamos, vamos amar!
Chinfrins galinhas afins fazem
E jamais dizem não...
Corujas, sim, fazem
Sábias como elas são
E os perus, todos nus, fazem
Gaviões, pavões e urubus, fazem
Façamos, vamos amar!
Dourados do solimões, fazem
Camarões e camarães, fazem
Façamos, vamos amar!
Piranhas, só por fazer, fazem
Namorados, por prazer, fazem
Façamos, vamos amar!
Peixes elétricos bem, fazem
Entre beijos e choques...
Garçons também fazem
Sem falar nos hadocs
Salmões no sal, em geral, fazem
Bacalhaus do mar em portugal, fazem
Façamos, vamos amar
Libélulas e nambus, fazem
Centopéias sem tabus, fazem
Façamos, vamos amar!
Os louva-deuses, por fé, fazem
Dizem que bichos de pé, fazem
Façamos, vamos amar!
As taturanas também fazem
Um amor incomum
Grilos, meu bem, fazem
E sem grilo nenhum.
Com seus ferrões, os zangões, fazem
Pulgas em calcinhas e calções, fazem
Façamos, vamos amar!
Tamanduás e tatus, fazem
Corajosos cangurus, fazem
Façamos vamos amar!
Coelhos só e tão só, fazem
Macaquinhos no cipó, fazem
Façamos, vamos amar
Gatinhas com seus gatões,fazem
Dando gritos de ais...
Os garanhões fazem,
Esses fazem demais
Leões ao léu, sob o céu, fazem
Ursos lambuzando-se no mel, fazem
Façamos, vamos amar!
Façamos, vamos amar!!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Diário de Solteiro


Gente, fiz a descoberta cibernética da semana: um blog muito legal chamado "Diário de solteiro".

Dá para imaginar o tipo de texto q rola lá né??? Mas muito além da sacanagem, homens e mulheres soltos na vida comentam as agruras e alegrias da solteirice.

Daqueles blogs q vc pode passar uma tarte chuvosa inteira lendo, sabe???

Já tava achando q o blog era mais sobre putaria, qdo dei de cara com o seguinte texto:

"Sabe quando você lamenta por não ter a certeza com quem vai sair numa sexta a noite? Sabe quando você desejaria ter apenas uma boca pra beijar num final de semana? Sabe quando você vai ao cinema e morre de inveja do casal com ombros grudados na cadeira da frente? Sabe quando você percebe que com sua idade seus pais já eram casados e tinham filhos? Caro(a) solteiro(a), será que não chegou sua hora? Eu tenho uma leve sensação de que a minha chegou...."

Texto super mulherzinha descornada né??? Ledo engano!!! Texto bem bacana escrito por um homem, de vinte e poucos anos, q como todo ser humano, tem seus momentos de questionamentos profundos. Q talvez passem mais rápido q os meus, mas isso é detalhe.

Enfim.... Fuçando no blog, achei o super troféu "joinha" aí em cima... "and the asswhole award goes to..." Tinha q compartilhar né???? E o fato de ter o formato de um doce é apenas um daqueles pequenos bônus from hell. Just Perfect!



terça-feira, 22 de setembro de 2009

Juiz do PR tornou ilegal um site de troca de arquivos - Inacreditável!!


Hoje abrindo os emails do trabalho, dei de cara com uma notícia estarrecedora: um juiz do PR tornou ilegal um site de troca de arquivos e condenou o fabricante de um software P2P pelos usos que seus utilizadores podiam fazer dele: http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=925856&tit=Decisao-do-TJ-contra-software-gera-criticas

Depois, li um texto ótimo da Fabs, colega de trabalho que ensina, difunde e defende todas as formas de software livre, e não poderia concordar mais. Nas palavras dela:

"Explorar P2P não é errado, o problema é o vínculo do enriquecimento
ilícito baseado no empobrecimento do artista” ???

que empobrecimento? desde quando artistas conseguem viver da venda de
CDs ou DVDs? o empobrecimento é das majors, das gravadoras, das
produtoras, não dos artistas, estas é que estão muito preocupadas,
pois não podem mais explora-los como faziam antes.

Assistam God Copy Bad Copy:

http://video.google.com/videoplay?docid=4167507426251202806#

Ajuda muito a entender a questão...."

-- Fabianne Balvedi http://fabs.estudiolivre.org





Em meio a tudo isso, arquivos de rapidshare e similares estão sendo derrubados, e blogs como o Pistola D'agua estão sendo caçados dando início a uma verdadeira caça às bruxas.

Eu admito que não compro um cd a muito tempo, mas simplesmente por não dispor de R$40,00 para cada cd q gostaria de escutar. Eu vivo e respiro música, e sou a primeira a dizer q devo isso à disponibilização de arquivos pela internet, pois se não fosse assim, não teria acesso a nem um décimo das músicas que escuto, nem conheceria um terço dos artistas q conheço. Até onde esse troca-troca promove os artistas e faz com que os shows destes (verdadeira fonte de renda para dos músicos) lotem?
Saindo do âmbito da música, é só citar o caso do Tropa de Elite, q bateu recordes de bilheteria, apenas pq virou fenômeno da pirataria. Eu sou totalmente contra a INDÙSTRIA da pirataria, q envolve uma máfia envolvida com contrabando de cds e dvds, lavagem de dinheiro e outras coisas. E ao meu ver, a livre disponibilização de arquivos DE GRAÇA na web é a unica maneira de se compater a pirataria. E é importante diferenciar a troca de arquivos de pirataria, que ao meu ver, é o ganho de lucros indevidos em cima da obra de outros.

Daí surge a Lily Allen dizendo q isso acabará com os novos músicos, que não terão a chance de se lançar no mercado. Até entendo o raciocínio dela, e concordo que é mais facil para bandas já bem sucedidas como Radiohead apoiarem o compartilhamento de arquivos, mas essa tecnologia é uma realidade, está aqui, e veio para ficar. No blog, a Fabs lembra q qdo inventaram o gravador de fitas cassetes, disseram q isso iria destruir a indústria dioscográfica. E aqui estamos. Como todas as indústrias do mundo, a discográfica precisa se adaptar a nova realidade, às novas mídias, ao futuro.


Neste sentido, o documentário acima ajuda a compreender quais são as possibiliades para essa nova realidade. Iniciativas como a Creative Commons não só possibilitam novos meios e maneiras de se encarar o negócio da música e dos direitos autorais, mas criam um novo paradigma: a cobrança de direitos autorais mediante o uso comercial da obra. Senão, let it be, let it be.....

O mesmo acontece com a indústria editorial, que vê os e-books rolarem soltos, e tem em seus maiores autores alguns dos mais ardorosos defensores do compartilhamento. O Paulo Coelho mesmo, a dias atrás disponibilizou todos seus livros para download por dois dias, e colocou o endereço no twitter. O autor defende abertamente essa disponibilização, e chegou a fazer propaganda de um site, Pirate Coelho, com todos seus títulos para baixar.... E hoje, what a glorious news! A Biblioteca digital do google descobriu uma maneira de permitir impressões - controladas - de seus e-books.

Agora, depois de ter conseguido a autorização para utilizar duas músicas - uma de uma banda independente, e outra, diretamente da Sony Argentina - para um dos filmes do Ficção Viva, e de ter baixado apenas hoje de manhã, dois cds de um músico argentino que eu não encontraria para comprar aqui, acredito ainda mais neste novo paradigma. E assino embaixo.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Urticária Emocional



"SE APAIXONAR PELA PESSOA ERRADA PODE SER UMA ESPÉCIE DE MEDO DE COMPROMISSO?"

Quase duas da manhã. Madrugada de segunda-feira. Aquela contagem regressiva de quantas horas eu ainda posso dormir, fazendo com que o sono suma para um lugar far, far away. Pensando na vida. Merda, eu não posso pensar na vida, pensar na vida é insônia certa. Mas é nesses momentos de desespero, q surgem as melhores epifanias.

Comecei a pensar no curso de roteiro q está rolando, e que eu tanto queria fazer. Pensei na Maysa dizendo que as aulas estavam sendo quase como sessões de terapia coletiva. Piadas maldosas à parte, fiquei pensando sobre os exercícios propostos durante a oficina, em especial, sobre o primeiro exercício, onde os alunos tem q levar um objeto representativo, algo importante e verdadeiramente fundamental.

E no meio da madrugada, olhando através da penumbra para meu quarto, onde jaz tudo q eu posso chamar de meu, me dou conta q, se eu estivesse realmente fazendo a oficina, me debateria, e muito, para arranjar algo meramente parecido com a proposta do exercício. Me dei conta então, que não tenho nada físico, material, que seja representativo de mim ou para mim. Talvez um livro ou algum cd. Não, não. Eu não me identifico através deles. Nem mesmo uma jóia de família, um brinco ganho em alguma ocasião especial, um presente de uma amiga, um molho de chaves. Nada. Absolutamente nada. Tudo que me cerca poderia ser substituído, não é indispensável, não são coisas pelas quais eu tenha um apego especial, ou q tenham marcado momentos significativos. Meus momentos especiais sempre foram vividos intensamente. Mas na maioria das vezes, também foram vividos internamente, emocionalmente. E estão devidamente guardados em caixinhas junto ao peito, para servirem de alimento no futuro. Mas objetos? Não. Nada. Nem mesmo um terço, um mala, nada.

Comecei então a pensar no pq disso, no pq dessa inexistência de objetos importantes. E a resposta mais óbvia seria a de que, com tantas mudanças de casa e de cidade (mais de 25), aprendi a não depositar minhas memórias e sentimentos em objetos, mas em pessoas.
Forçando mais um pouquinho a barra, e pensando q se eu estivesse no curso, teria q surgir com um objeto de qquer maneira (dizem q o professor é braaaavooo), pensei q a única coisa que teria um significado realmente simbólico e representativo, seria o canudo do diploma que, se Buddha quiser, eu vou ganhar até o final do ano. Seria a única coisa que para mim, representaria um momento, uma transição, um caminho.

Fiquei então pensando no que essa faculdade, da qual estou louca para sair, representava para mim, e minha mente me levou de volta às mudanças. E de volta ao meu eu de 18 anos, morrendo de medo, e entrando na tão sonhada faculdade de cinema. Lembro que na primeira vez em que eu entrei na Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, no ano de 2000 (e o mundo não tinha acabado!), eu pensei: "um pequeno passo para o homem, um grande passo para a humanidade". Mas acho q era um passo grande demais para mim também.

A questão é que sonhos são assustadores de se realizar. Especialmente quando vc tem 18 anos, e nunca viveu nada real, sempre preferiu ficar no mundo da fantasia ao invés de se arriscar no big, bad world. Sonhos são assustadores de se realizar, pq qdo o universo acaba conspirando a favor, e vc se vê, do nada, fazendo a única coisa que vc achava que queria fazer desde os 12 anos de idade, então, naquele momento, se algo der errado, vc não tem ninguém a quem culpar. Nem à vida, nem aos pais, nem a nada ou ninguém. Só vc mesmo. E isso dá medo. E aos 18 anos, qdo vc tem medo, vc foge correndo. E eu corri tão longe, q atravessei oceano, dizendo que aquele sim, era meu grande sonho.

E depois da frustração de voltar correndo mais uma vez (agora qdo eu penso, me dou conta que passei anos correndo, sem nem saber do q, ou para onde), me negava a começar uma faculdade. Passei anos apavorada pela simples idéia de ficar 4 anos sentada na mesma cadeira, presa à mesma cidade, à mesma rotina. E talvez tendo que abandonar tudo isso de uma hora para outra, como sempre foi.
Ontem li no twitter uma frase do Paulo Coelho, q dizia não acreditar em mudanças graduais, mas em epifanias revolucionárias. Lembro que sorri ao ler isso, pq na minha vida tbem, nada foi lento e gradativo, tudo parece ter sido abrupto, mais do que mãozinhas do destino, as coisas sempre aconteceram meio que como grandes empurrões para dentro (ou para fora) do abismo.
E foi assim que, em 2005, em meio a uma crise colossal, fiz o vestibular para Relações Internacionais forçada. Não fui eu q fiz minha inscrição, e admito, fui fazer a prova a contragosto, meio que no efeito dos remédios para dormir e dos antidepressivos que eu tomava então. E o fato de que eu ainda podia fazer o vestibular dopada e passar em primeiro lugar fala muito mal da UTP, ou muito bem de mim, não é mesmo?

Enfim, ainda pensando nessa instabilidade toda, nessa agonia que eu sentia - e ainda sinto de tempos em tempos - em relação a faculdade, à uma carreira, à um compromisso, comecei a pensar e traçar paralelos com a minha malfadada vida amorosa, afinal é nela q eu me concentro, ou melhor, concentrava, em 99,99999999% do tempo.

Será que essa urticária emocional se refletia também nas minhas escolhas sentimentais?



Comecei a fazer uma lista mental dos homens pelos quais eu havia sido verdadeiramente apaixonada durante a minha so called, vida adulta.
Voltei até 2001/2002, onde o objeto da paixão era obviamente um idiota, que terminou se apaixonando pela minha irmã. Anos depois, veio o ex-jogador profissional de pôquer, que anunciava que não queria relacionamentos, e eu mesma assim, fui me apaixonar. Depois, e mais recentemente, veio o "esse é para casar", por quem eu me apaixonei perdidamente, fiz planos, e (que milagre!) tambpem fez planos comigo. Planos que nunca poderiam ser realizados devidos aos embrolhos em que ele estava metido (momento para um huuugeeee parênteses: esse ainda se revelou um total psycho, com direito a email mentindo sobre um acidente gravíssimo, para q eu voltasse a falar com ele. Ninguém merece). Depois e meio que durante este psicótico, veio então, the latest one. O objeto de tantos posts e de tanta dor de cabeça, q ocupou meu último ano de maneira tão, digamos, peculiar. Ele não só tinha "trouble" tatuado na testa, como carregava consigo uma legião de fãs que gostavam de compartilhar suas histórias, e me avisavam q a coisa ali era a maior roubada. Mas eu insisti, e aqui estou, tendo q lidar agora com o ego ferido dele, q não admite perder o público cativo agora que eu finalmente começo a ver a luz no fim do túnel. E para coroar tudo isso, a grande paixão da minha vida, que por 10 anos me consumiu, e q lá do outro lado do mundo, nem sabia q eu existia.

E depois dessa pequena lista de horrores, e do meu sono ter saído correndo na direção contrária de tanto medo às 3 da manhã, fui invadida por uma espécie de epifania do inferno: será o meu péssimo gosto, a minha péssima lista de relacionamentos, será a minha eterna mania de me apaixonar por pessoas inacessíveis e com óbvios problemas emocionais e para se relacionar, será que tudo isso é na verdade um próprio e velado medo de compromisso???

Eu disfarçava dizendo que os meus "amores possíveis" (para plagiar poesias alheias) eram medíocres, não me dariam a vida que eu tanto queria. Mas como ficou claro a dois posts atrás, a ficha de que ninguém é responsável pela mediocridade da minha vida, a não ser eu mesma, já caiu, e ficou ressoando, ando, ando, ando.... Os medíocres não são eles. Sou eu. Ou não. E é escolha minha, e quem diria, nos últimos tempos eu tenho feito ótimas escolhas.
Mas e agora?? Será que minha urticária emocional, que não me permitia começar uma faculdade ou imaginar ficar no mesmo lugar por anos, me levou a só me envolver com pessoas que obviamente não poderiam me dar o que eu tanto achava que queria - e chorava contra o travesseiro por noites a fio, por não ter??

Meus pensamentos voltaram então para a tal oficina de roteiro. E eu lembro que foi exatamente por isso que eu tanto quis fazer cinema. Eu amava escrever, era boa nisso, e passava boa parte do meu tempo criando histórias e fantasias, personagens mais interessantes que minha própria vida. E queria fazer cinema para ver se finalmente, conseguia transportar aquela minha realidade paralela para algo real, mesmo q através de uma tela. Mas isso exigia uma coragem que eu não tinha na época.

Hoje - e isso era algo q eu já vinha notando a tempos - minha criatividade parece ter se esgotado, e personagens e enredos não surgem mais com facilidade para mim. Mas somente ontem eu percebi o pq disso. Parece que quanto mais minha própria vida se torna interessante, qto mais eu vivo e aprendo a gostar da realidade, mais a fantasia vai embora. Engraçado isso né? Antes, eu queria escrever roteiros. Agora, eu quero (e gosto, e sou boa nisso) fazer produção. Produção, que por definição e necessidade é a arte de fazer as coisas acontecerem, de correr atrás do impossível, de transformar os sonhos sonhados por outros em realidade.

Gostei. E quero mais. E acho até que qdo uma nova turma de roteiro abrir, vou fazer.... Só para aprender a sonhar sabendo que sei - e posso - tornar tudo realidade. Deve ser bemmmmm melhor, não é mesmo???

E quem sabe, não começo a fazer isso também com os próximos homens que cruzarem meu caminho....

Quem diria. A realidade, pode ser mesmo melhor que a fantasia.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

domingo, 16 de agosto de 2009

Once ou Apenas uma vez


Apenas Uma Vez é um daqueles conto de fadas urbanos, que você sai do cinema fazendo seu máximo para evitar entrar em contato com a vida real novamente.
- L.A. Weekly.


Acabei de assistir "Once", ou em português, "Apenas uma vez".

A primeira vez que ouvi falar deste pequeno filme foi na cerimônica do Oscar do ano passado, onde fui totalmente cativada pela apresentação pungente e tocante de Glen Hansard e Markéta Irglová cantando a linda "Falling Slowly", e comemorei com vontade quando eles levaram a estatueta de melhor canção para casa, ao invés do filme da Disney que concorria com eles. O filme logo estreiou por essas bandas, mas com agenda de faculdade, trabalho e afins, foi impossível ver. Mas logo depois, consegui emprestado o cd dos músicos ("The Swell Season"), que não era a trilha do filme, mas continha grande parte das músicas desta pequena história embalada por uma trilha composta de melodias e letras melancólicas e fortes, no melhor estilo folk rock irlandês. E logo na primeira escutada, fiquei absurdamente viciada nos timbres e no violão de Hansard e na voz suave e melódica e no piano delicioso de Markéta. O disco é uma constante em meu cd player, assim como os discos do The Frames, banda liderada por Glen (destaque para o ótimo Fitzcarraldo de 1996).

Na semana que passou eu acabei esbarrando em vários vídeos do filme no youtube e inclusive cheguei a add um deles no orkut, como um dos meus favoritos. E hoje, não mais que de repente, zapeando com o controle remoto tentando achar algo decente para ver na tv a cabo, dei de cara com o filme em sua cena inicial e só não dei pulinhos de alegria com a salvação do meu sábado, pq meu pézinho com tendinite ainda dói.

Assisti o filme com gosto, quase entrei na tela da tv com a cena maravilhosa onde os protagonistas cantam e tocam "Falling ..." em uma loja de instrumentos musicais, e apreciei cada segundo dessa pequena fábula do cotidiano contada de maneira tão singela e simples. O filme não é maravilhoso, não é algo espetacular, mas cativa exatamente pela simplicidade da história e da proposta narrativa naturalista e descomplicada. Exatamente por não ter a pretenção de ser um filme fenomenal, é que esta produção independente se torna tão sincera e bonita. É um filme honesto, como já haviam me dito. Honesto, tocante, e com uma trilha sonora simplesmente arrebatadora, composta por músicas inéditas que são de arrepiar. Eu ouso até dizer que o filme poderia ser considerado um musical - na essência do gênero, onde as músicas contam a história e revelam os personagens até mesmo melhor do que os diálogos da trama.

No filme, Hansard é um talentoso músico com o coração partido que ganha a vida com seu violão nas ruas de Dublin e ajuda o pai em uma loja de aspiradores de pó. Markéta é uma imigrante tcheca que anda pelas mesmas ruas, vendendo rosas para sustentar sua família e tem como hobby o piano. Apesar das diferenças, os dois passam dois dias conversando e criando canções, uma atrás da outra. “Os dois protagonistas estabelecem uma ligação intensa, tanto do ponto de vista artístico quanto emocional; e o grande charme do filme é que essa conexão é muito verdadeira na tela”, conta o próprio Hansard, que começou a namorar Marketa durante as filmagens, dando um toque quase hollywoodiano à história.

Reza a lenda que Once nasceu em 2005, em um concerto do The Frames em Dublin. O diretor John Carney, que já havia sido baixista da banda, encomendou a Hansard a composição de algumas canções para que, a partir delas, o roteiro fosse desenvolvido. Diversos encontros entre ambos ocorreram, resultando em 10 canções inéditas e um roteiro de 60 páginas que foi filmado em (apenas) 17 dias, com o impressionante (baixíssimo) orçamento de U$ 160 mil. “Foi um projeto entre amigos, com pouco dinheiro e muita alma”, diz o músico. “Durante a rodagem, a gente até esquecia de comer e dormir, de tão envolvidos que estávamos na criação desse filme.” (e eu achando que era só aqui com a gente q isso acontecia....)

O resto, virou e fez história. Onde passou o filme foi comentado, especialmente pela força e carisma musical da dupla de protagonistas, que chegaram até a abrir shows de Bob Dylan, tamanha a repercussão q tiveram. O filme virou um verdadeiro fênomeno do cinema independente, arremantando o prêmio do público em Sundance e o Oscar 2007 de Melhor Canção Original. As músicas do filme fizeram tanto sucesso no circuito alternativo que os dois músicos resolveram formar uma banda chamada The Swell Season e sair em turnê. “Passamos meses viajando, abrimos shows do Damien Rice (de quem Hansard é amigo) e fizemos apresentações solo nos Estados Unidos, Europa e Japão”, conta o músico.
Para mim, o comentário da L.A. Weekly diz tudo. Vou até dormir, antes que a realidade bata com força à porta e me acorde.
E para quem quiser baixar a trilha....

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

What a wonderful world....


Só para lembrar que o universo é esquizofrênico, sacana e tem humor negro...
Mas é simplesmente lindo. E é o que tem para hoje.
Vai dizer q não basta???

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Veronika decide morrer


http://www.youtube.com/watch?v=VkEITSgsqgk

Eu já havia lido em algum lugar que o filme estava sendo produzido, e lembro de na época ter ficado apavorada com o possível resultado - apesar de não ser um dos meus livros favoritos de Paulo Coelho (simmmmmmmmmmmm, eu gosto de Paulo Coelho!!), é um dos mais pertubadores do escritor, por tratar de uma temática das mais espinhosas, senão a mais espinhosa de todas: a vontade de morrer, a desistência completa e irrecusável da vida, a certeza de que simplesmente não vale mais a pena.
Mas na verdade, cometo um erro ao dizer q o livro é sobre isso, pois é absolutamente sobre o extremo oposto: a descoberta de que mesmo sem q tenhamos qquer suspeita, a sementinha da "joi de vivre" existe ali, em algum lugar. É só regar com doses de liberdade e desprendimento. Nada que um bom "foda-se mundo!" não resolva.
O segredo para se apreciar a vida é, quem diria, se livrar totalmente dela, e abraçar com vontade as incertezas e loucuras que frequentam nossa existência.

Na trama, Veronika, uma jovem bonita que teria tudo para se sentir realizada com sua existênciazinha repleta de lugares comuns, se depara com a infelicidade inevitável dos que não aceitam a mediocridade dos dias sem cor, e decide então, se matar. Simples assim, sem dramas, melodramas, sem despedidas, apenas uma aceitação simples e serena de que não vale mais a pena viver. Só que nem tudo acontece como planejado, e ao invés da morte certa, ela encontra uma cama fria de um hospital psiquiátrico, e vários personagens que, verdadeiramente pertubardos, mostrarão que a loucura, como tudo na vida, é relativa.

Por motivos muito pessoais esse livro mexeu muito comigo qdo eu o li (ou melhor, devorei) em uma noite, e a história permaneceu comigo durante várias pequenas descobertas que eu fiz nesse caminho maluco q eu venho traçando nos últimos anos. mas a tempos eu não pensava nem no livro nem em Veronika, até abrir ansiosa a minha BRAVO! deste mês e dar de cara com um anúncio de uma página com a minha eterna Buffy (simmmmmm 2 - eu adoro seriados trash sobre vampiros e outras criaturaas afins) como Veronika, e o alerta de estréia do filme para este mês. Fucei e vi os trailers, e apesar de já desgostar de cara do fato de que a trama foi transferida para new york, achei as poucas cenas q eu vi bastante fiéis ao livro. Veremos. O trailer oficial, anuncia em letras garrafais que Sarah Michele Gellar é a Buffy, quer dizer, Veronika, com a qual Paulo Coelho sempre sonhou.... Se ele diz....

Eu pessoalmente gostei mais do teaser não oficial do filme, mas acho q definitivamente vou precisar marcar presença na sala escura para ver o resultado disso tudo. Mas se tem alguma coisa que Paulo Coelho me ensinou, é que nada é por acaso.
Veremos. Afinal, o q importa, como diria Simone de Beauvoir, é "Viver sem tempos mortos"...
Nada de mediocridade. Não nesta vida.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Isabel Coixet e suas preciosidades cinematográficas


Sabe qdo uma coisa - ou várias - é tão especial para vc, q vc não se atreve a querer colocar em palavras todas as emoções que aquilo te desperta?

Alguns filmes, músicas, poemas, são assim para mim. Fortes demais para serem descritos, debatidos, falados. Essas pequenas jóias são tão íntimas, que mesmo aqui, onde eu rasgo o verbo falando dos meus sentimentos mais profundos, muitas vezes não consigo achar uma maneira sincera e sutil o bastante de compartilhá-las. Como se não fosse nunca fazer jus aos maremotos de emoções q elas nunca falham em me despertar.

Como todo mundo que me conhece sabe, eu amo cinema, e sou capaz de assistir "Encouraçado Potenkin" com a mesma gana em que devoro um saco de pipocas assistindo o novo "Harry Potter". Gosto de filmes trash de terror, de clássicos insubstituíveis (essa semana revi "O Pecado mora ao lado" com a eterna Marilyn e "Ladrão de casaca", de Hitchcock, maravilhosos como sempre!), e de boas e velhas comédias românticas, para adoçar a vida q anda meio amarga. Se alguém aqui nunca assistiu "Harry e Sally - feitos um para o outro" para espantar alguma ressaca emocional, eu recomendo!

Mas confesso que mesmo amando filmes, ando meio calejada, e anda difícil algum me emocionar de verdade. Mas quando eu acho que minha sensibilidade em relação a a sétima arte anda perdida, ou minha sensibilidade para comigo mesma anda em falta, eu recorro a duas jóias preciosas que nunca falham em lavar minha alma e renovar tudo - minha fé no cinema unusual, minha fé nas emoções humanas, e quem diria, minha fé nos próprios seres humanos e na nossa eterna capacidade de enfrentar qualquer coisa, e porque não, recomeçar.

Estes filmes são "A Vida Secreta das Palavras" e "Minha Vida Sem Mim", ambos da diretora espanhola Isabel Coixet. Ambos lidam com a dor e com a superação de maneira simples, despojada, e acima de tudo, sincera. Ambos contam com a excelente Sarah Polley como protagonista, e têm na trilha sonora e na fotografia simples e naturalista pontos fortes. E acima de tudo, ambos falam de amor, de conexões humanas, falam do impacto que podemos ter na vida dos outros. São sem sombra de dúvida, meus filmes favoritos.

Ontem, em um dia complicado, frustrante e decepcionante, decidi perder umas horas de sono e ficar até tarde assistindo "Minha Vida...",e depois de algumas lágrimas derramadas, consegui dormir leve, pensando que a vida, apesar de êfemera, depende apenas de nós mesmos para ser marcante. Que marca você gostaria de deixar na vida das pessoas que te cercam? Essa é a pergunta que fica para mim, toda vez que termino de assistir o filme. E acreditem, é uma pergunta e tanto.

"A Vida Secreta das Palavras", que talvez seja o filme que mais me impactou em todos meus 27 anos, fala da capacidade de reconstrução que o ser humano possui, fala de novos inícios, da superação de dores absurdas, e da permissão que podemos nos dar - ou negar - para sermos felizes. Fala acima de tudo, do que não precisa ser dito, mas apenas sentido. E de como essas coisas caladas podem mudar tudo. Nas palavras da diretora:

“Words –like shoals of fish- team around in our heads and crowd against our vocal chords, fighting to get out and be listened to by others. And sometimes they get lost on the journey from head to throat. This is about those lost words that wander for a long time in a limbo of silence (and misunderstandings and errors and past and pain) and then one day come pouring out, and once they start nothing can stop them.”

Depois de um ano vivendo às voltas com o não dito, eu não posso deixar de me comover profundamente com essas situações, e embora o drama dos personagens seja algo impensável para a minha realidade, a sensação de aprisionamento é familiar, muito familiar.

Hoje recomendei este filme para alguém, e decidi vir aqui falar dessas pequenas preciosidades que enriquecem minha vida. Achei que não teria o que falar, que os sentimentos que eles despertam em mim são tão profundos que não sairiam, mas quem diria.... um post gigantesco depois, aqui estou eu, como sempre!

Mas vale ainda deixar o link para um blog maravilhoso, e um texto melhor ainda sobre a diretora (q trabalha nesses dois filmes com a produção dos irmãos almodovar) e sobre essas jóias do cinema.

"... A vida secreta das palavras ... que não é só uma história de amor maravilhosa, é um filme sobre a solidão, sobrevivência, sobre a (in)capacidade de seguir em frente, porque afinal a vida continua. Continua, mas continua como? O filme é genial. Genial desde os letreiros no comecinho do filme, na formação de palavras como love, fear, life, scream, etc., em cada nome que surge na tela. Genial do começo ao fim. Isabel Coixet é a diretora dos detalhes das cenas cotidianas da vida. E te deixa tão íntimo da situação, que o filme parece estar acontecendo bem ali na casa do seu vizinho de porta, de tão próxima e familiar que ela fica, mesmo boa parte do filme acontecendo numa plataforma de petróleo em alto mar. O tempo de cada cena, o silêncio a mais que sobra e é filmado depois de um diálogo – quase constrangimentos, quase vida real. "

Leiam, assistam, vivam. Vale a pena.



quinta-feira, 30 de julho de 2009

Que el tiempo pase y llegue algo nuevo...


Porque Yo Te Amo

(Antonio Birabent)

Por ese palpitar
que tiene tu mirar
yo puedo presentir
que tu debes sufrir
igual que sufro yo
por esta situacion
que nubla la razon
sin permitir pensar

en qué ha de concluir
el drama singular
que existe entre los dos
tratando simular
tan solo una amistad
mientras en realidad
se agita la pasion
que muerde el corazon
y que obliga a callar
yo te amo.... yo te amo...
y porsobre todas las cosas del mundo yo te amo

coro:
tus labios de rubí
de rojo carmez
parecen murmurar
mil cosas sin hablar
y yo que estoy aquí
sentado frente a tí
me siento desangrar
sin poder conversar

tratando de decir
tal vez será mejor
me marche yo de aquí
para no vernos más
total que más me dá
ya sé que sufriré
pero al final tendré
tranquilo el corazón
y al fin podré gritar
yo te amo! ... yo te amo!...

coro:
tus labios de rubí
de rojo carmezi
parecen murmurar
mil cosas sin hablar
y yo que estoy aquí
sentado frente a tí
me siento desangrar
sin poder conversar

tratando de decir
tal vez será mejor
me marche yo de aquí
para, para no vernos más
total que más me dá
ya sé que sufriré
pero al final tendré
tranquilo el corazón
y al fin podré gritar
yo te amo! ... yo te amo!...
yo te amo...

Pois é. Merda.
Só preciso lembrar que o que não é do outro, não significa que será meu. Simples assim.

Nada Bueno

¿dónde habíamos quedado? retomemos desde ahí.
No descubrí nada imprescindible
Y me fui de ahí, viaje.
Y comprobé que aunque me escape todos los lugares me encuentran.
Ahora los veo venir. solos.
Se apoderan de mí.
Y yo me dejo llevar, y yo me dejo elevar también,
Y desde ahí sentir que no hay nada bueno.
Recordé que no hay nada bueno.
¿dónde habíamos quedado? retomemos desde ahí.
Cuando no te tengo cerca todos los sitios son ajenos, y el presente es un continuo deseo:
Que el tiempo pase y llegue algo nuevo, que el tiempo pase y llegue algo bueno.
Pero no descubro nada imprescindible.
Me recuesto y vuelvo a sentir: que no hay nada bueno en ti.
Recordé que no hay nada bueno,
Y yo sé que no hay nada imprescindible y, tal vez, será por eso que te amo.
Hoy leí que no hay nada bueno.

Merda.