quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A China tem o Tigre e o Dragão, nós temos... O BESOURO!




Dei de cara com um trailer de um filme nacional no Contraditorium, que é no mínimo, muiiito diferente da procução brasuca com a qual estamos acostumados. Como diria Cardoso, "... um filme nacional mas não passava a impressão de ter sido feito com orçamento de conserto de geladeira, nem por alunos da UFF em uma missão de denúncia social e/ou insuflação de ideais revolucionários. Também não era uma cinebiografia chata. Parecia ser algo mais raro no cinema brasileiro do que um filme sem o Wagner Moura: Era um filme de entretenimento!"

E não é q é mesmo??? Euzinha q sempre fui contra a onda "seufilmesóéfilmebom se for sobre miséria-nordeste-cachorro perneta" que me afugentou da faculdade de cinema em 2000, sempre apostei na tal indústria do entretenimento, afinal, quem paga um ingresso absurdamente caro para passar duas horas no escurinho, quer fugir da vida, quer viver novos mundos, quer experimentar, nem q seja por aquele curto período de tempo, uma outra realidade. Seja essa realidade a de um amor bem sucedido, de mocinhas e mocinhos aventureiros, de ficções científicas fantásticas, ou de vampiros e outros monstros q dão medo e fazem a luz do fim do túnel (da saída do cinema) ficar ainda melhor. Não q eu não goste de cinema político q desperte consciência social e eduque: Hotel Rwanda, Abril Sangrento, o documentário Ghosts from Abu-Grahib, entre outros, estão na minha lista de top 10 forever and ever. Mas pregar que um país tem q manter a linha naturalista e falar apenas da sua realidade, senão é "americanizado", é ir contra a principal essência da sétima arte: a de criar, naquela tela enorme, a realidade que quisermos, que sentirmos vontade, e que acharmos que pode, de alguma maneira, dizer algo para os outros. E agora, trabalhando com cinema, e vendo a anos já essa nova leva produzida pela GloboFilmes, dou uma risadinha e pensando no #$%@ do meu professor de roteiro (q era o próprio, roteirista da globo) que me disse q eu era ameicanizada, digo: "Tomô!!".

Enfim, voltando ao filme, "Besouro tem um quê de 300, conta a história de uma figura real -Besouro realmente existiu- mas a versão é fantasiosa. Besouro entrou pro rol das lendas como o maior capoeirista de todos os tempos, e por isso suas aventuras podem e devem ser exageradas, recontadas e admiradas fora dos grilhões da realidade".

Amei e fiquei louca para ver! Fantasia da melhor qualidade e cenas de lutas no melhor estilo cinema chinês. Com direito a um samba do criolo doido envolvendo candomblé, misticismo, lendas brasucas e o melhor, tudo com uma cara brasileiríssima, da melhor qualidade.

Quem disse que para se fazer cinema entretenimento é preciso esquecer as raízes????

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