domingo, 12 de abril de 2009

"Dormir... Dormir!...Talvez sonhar! Sim, eis aí a dificuldade!"....


"Quando me vi tendo de viver comigo apenas e com o mundo... Você me veio como um sonho bom, e me assustei... Não sou perfeito... Eu não esqueço... E de pensar nisso tudo, eu, homem feito, tive medo e não consegui dormir..."

Dormir não tem sido um problema para mim, o que por si só já é algo notável... Talvez o cansaço destes dias seja tão grande, que não resta muita coisa senão apagar diante do conforto ofertado pelo travesseiro macio... Apagar, e dormir.... certo?

"E com o sono, dizem, terminamos o pesar do coração e os mil naturais conflitos que constituem a herança da carne! Que fim poderia ser mais devotamente desejado? (...)... dormir. Dormir!...Talvez sonhar! Sim, eis aí a dificuldade! Porque é forçoso que nos detenhamos a considerar que sonhos possam sobrevir, durante o sono da morte, quando nos tenhamos libertado do torvelinho da vida..."

Como já diria Hamlet, eis aí a dificuldade... Embora o príncipe dinamarquês duelasse com a idéia do suicídio, e não com meros sonhos inconvenientes, é engraçado como esse monólogo é a primeira coisa que me vem a cabeça em dias - ou noites - como essas, em que o sono que tinha tudo para ser perfeito, se transforma em uma sucessão surreal de sonhos descabidos e até mesmo cansativos... Sonhos que não me dizem nada, sonhos repetitivos e repetidos, pessoas repetitivas em situações repetidas... Sem camisetas psicodélicas dessa vez, mas ainda com um "q" de bad, bad trip... Vai ver é essa saudade meio bizarra de quem tá perto que me deixa meio maluca... Quer dizer, mais maluca do que o normal, of course...

"eu não sinto falta dele".
"não?"
"não. eu sinto falta da lembrança dele."
(do filme Harry e Sally)

Nem mesmo o vinho e a conversa da melhor amiga, nem mesmo o sofá cama e os travesseiros macios dela, nem mesmo uma tarde no shopping e 200 reais em lingerie... Nada parece funcionar contra esse ataque massacrante do meu inconsciente que decidiu se rebelar, e me bombardear com imagens e seres estranhos todas as noites... Talvez eu tenha trocado as incontáveis noites de insônia por noites de sono - sono turbulento, mas ainda assim, sono....

"(Sonhos) São uma função psíquica encarregada de compensar, de suavizar, de substituir, mesmo, uma realidade que nos é hostil, por outra, totalmente diferente, onde um novo mundo se descortina diante da alma e onde todas as nossas ações parecem absurdas, justamente porque as mais censuráveis, na sociedade em que vivemos, gozam, enquanto dormimos, de uma espécie de liberdade condicional, quando se expandem nos sonhos."

Freud descreveu o extenso emprego de simbolismo nos sonhos, sobretudo para a representação do material sexual. Para ele tais símbolos podem ser comparados a sinais da taquigrafia, com uma significação fixa....

"Os sonhos seriam uma demonstração da realidade do inconsciente. Sendo estudados corretamente pode-se descrever, ou melhor, conhecer o momento psicológico do indivíduo. Fazendo uma analogia séria como uma "fotografia" do inconsciente. Por isso, o sonho sempre demonstra aspectos da vida emocional."

Fotografia do inconsciente???? Reflexo da vida emocional????
Hum.... to f*!


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