domingo, 8 de maio de 2011

day 07 - a song that reminds you of a certain event

Então. Finalmente, essa é fácil!!!!! Fácil pq existe um evento que foi marcante na minha vida, e nele existiu uma música escolhida a dedo que para o resto dos meus dias, vai me lembrar daquele momento. (ufa! tava na hora de uma música vir facil peloamordedeus!!!)

Eu poderia escrever linhas e mais linhas sobre como foi entrar na faculdade, sobre como diabos eu fui parar no curso de Relações Internacionais, sobre todas as pessoas maravilhosas que eu conheci no caminho. Mas é para falar de um evento, e provavelmente ainda esta para nascer um dia tão emocionante como o da minha formatura.

Primeiro, nos formamos em apenas 8 alunos, e mais dois colegas de uma outra turma. Nós eramos uma turma unida, briguenta e que dava uma dor de cabeça danada para a coordenação do curso e para todos os professores que se irritavam com a nossa mania de perguntar, questionar e exigir mais, sempre mais. Mas alguns outros professores adoravam o fato de que nos importávamos o bastante com o curso e com o que aprendíamos para estudar, questionar e ser uma verdadeira unha encravada na vida de alguns chatonildos de plantão.

Eu, metida como sempre, fui representante de turma durante todo o curso, e por uma boa parte, representante de todos os alunos junto ao colegiado (uma espécie de conselho obrigatório formado por alguns professores, um representante dos alunos e a coordenação - sentiu a encrenca???). Por isso mesmo, sempre bati de frente com tudo e com todos, e fazia isso com um sorriso na cara e a aprovação dos colegas da minha turma, vista como esnobe por boa parte dos alunos de outros períodos. Hunpf.

A aventura da formatura começou no dia em que decidimos que, por falta de grana e de paciência para cerimônias infinitas, e por estarmos em um número ridículo de alunos, faríamos a colação de grau e a festa tudojuntoaomesmotempoagora. Então, decidimos que fariamos tudo em um restaurante tradicional da cidade, onde após recebermos nossos canudos, já faríamos o jantar para nossos convidados e depois colocaríamos um DJ para trabalhar. Claro que tudo isso era ótimo, perfeito e bem planejado na nossa cabeça, mas convencer o cerimonial da faculdade de que poderíamos fazer isso funcionar foi outros quinhentos. E põe quinhentos nisso. Acho que poucas vezes me irritei tanto em uma reunião qto na em que tivemos que bater pé e dizer que a #$%&*# da formatura era um evento nosso, e não da faculdade, portanto tínhamos o direito de decidir onde e o que faríamos. Ah, claro, como boa produtora que sou, acabei assumindo, junto com a minha garota QI Heloíse, toda a organização do evento. O que na verdade eu adorei fazer, pq por sendo a controlfreak que eu sou, ia ser difícil deixar tudo nas mãos de outras pessoas. Mas enfim. Depois de sangue e lágrimas, convencemos a fofa da cerimonial a liberar a formatura, e fomos atrás de tudo que precisávamos - desde contratar um mestre de cerimonias, um dj, uma fotógrafa, até alugar palco, contratar a decoração, as becas, canudos, etc. E tudo isso com zero de orçamento, o que sempre deixa a coisa mais... divertida, digamos assim. Depois de muita dor de cabeça, como não poderia deixar de ser, conseguimos organizar tudo e ainda organizar a cerimônia de maneira que cada um dos 10 formandos tivesse um papel nela. Euzinha, fui eleita a oradora, então além de tudo tive que escrever um discurso que ao mesmo tempo não ofendesse ninguém, mas que tbem não deixasse de demonstrar toda a rebeldia da nossa turma e enviasse os devidos recados para as pessoas que sabíamos, iriam soltar rojões depois de nos verem pelas costas.

Qdo o bendito dia chegou, lá fui eu na metade da tarde, de bob no cabelo e tudo, para o restaurante, acompanhar a montagem do palco, etc, etc. E foi daí que algumas coisas, como não poderiam deixar de ser, desandaram. Mas novamente, como boa produtora que sou, tudo estava sob controle, até o restaurante não achar o @#$%&* do púlpito que haviam nos garantido que tinham, e a fofa da cerimonial dizer que sem púlpito não haveria formatura. Tudo isso a menos de meia hora da cerimônia começar. Juro que se eu não arranquei algumas cabeças naquele dia, é pq eu tremia tanto de raiva, que qquer golpe com meu sabre de luz imaginário teria sido fatal - para mim, é claro. Enfim, resolvido o problema do púlpito e com todas as cabeças intactas, a cerimonial - já mencionei que ela era fofa? - quis implicar com meu discurso, achando que eu ia ser deselegante com ele. Moi???? Claro que não, pq afinal todo mundo sabe que eu nunca desço do salto, especialmente na frente de mais de 200 pessoas, não é mesmo....

Reparem na minha cara relaxada e feliz.

Qdo finalmente fomos começar a cerimônia, eu descobri que simplesmente estava com as pernas bambas de nervosismo (e resquício de ódio no coraçãozinho) e tremendo feito uma vara verde. Então foi divertido entrar pelo restaurante, fazer cara de séria, ouvir todos os discursos, levantar e fazer o meu próprio discurso, receber a placa de melhor aluna do curso das mãos da coordenadora, pegar o canudo, chorar horrores ao entregar para minha mãe a placa de homenagem aos pais, e por último, jogar o chapéuzinho do qual eu nunca lembro o nome para cima e saber que finalmente, aquela fase da minha vida havia acabado.


No meio disso tudo, houve claro, o tradicional power point com as fotinhos dos alunos quando crianças e adultos, embalado por uma música maravilhosa que graças à herança rock&roll da nossa querida colega Helen, já era trilha dos nossos anos de faculdade. Nos momentos que as luzes se apagaram e a apresentação começou, e a letra da música começou a contar um pouco da nossa história, foi inevitável não pensar em tudo que eu havia passado para chegar até ali, e tudo que havia compartilhado com aquelas pessoas que estavam à minha volta. Foi emocionante, foi de tirar o fôlego, foi lindo. E com certeza, é essa música que sempre me lembrará desse momento.

Sras. e Srs., com vcs, Vamos Fazer Um Filme, do Legião Urbana.





"Achei um 3x4 teu e não quis acreditar
Que tinha sido há tanto tempo atrás
Um bom exemplo de bondade e respeito
Do que o verdadeiro amor é capaz
A minha escola não tem personagem
A minha escola tem gente de verdade
Alguém falou do fim-do-mundo,
O fim-do-mundo já passou
Vamos começar de novo:
Um por todos, todos por um

O sistema é mau, mas minha turma é legal
Viver é foda, morrer é difícil
Te ver é uma necessidade
Vamos fazer um filme

O sistema é mau, mas minha turma é legal
Viver é foda, morrer é difícil
Te ver é uma necessidade
Vamos fazer um filme
E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?
E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?"

Todo mundo caprichando na cara de comportado.


Ninguem viu minhas perninhas tremendo feito vara verde.


Recebendo placa de melhor aluna da coordenadora...



"Se começamos entre muitos desconhecidos, terminamos entre poucos melhores amigos. E se amigos são a família que escolhemos, como verdadeiros pais soubemos guiar uns aos outros pelas dificuldades do percurso, oferecendo um abrigo protetor e um refúgio mais do que necessário em tantos momentos que nos foram marcantes. Como verdadeiros irmãos e irmãs, soubemos respeitar nossas diferenças – religiosas, políticas, ideológicas – e brigar, brincar e nos divertir com a mesma paixão e leveza que apenas uma verdadeira família possui. Unidos contra as injustiças do mundo e contra o sistema, nossa pequena família se manteve forte, fiel e revolucionária, afinal, se o sistema é mau, a nossa turma é legal."
(parte final do meu discurso!!)

Um comentário:

Priscila disse...

que maravilha ler esse post.
estou passando pelo mesmo sufoco com minha turma, pois também temos o mesmo numero de formandos (!)

parabéns bem atrasado por essa vitória :)