domingo, 29 de março de 2009

Burman, Sorín y el cine argentino....

A tempos a expectativa em relação ao cinema latino anda rondando os ares rarefeitos da minha imaginação transbordante... Muito antes de adentrar nessa loucura insanamente satisfatória chamada Olho, a fascinação por los hermanos sempre esteve ali, meio que ressabiada, mas latente... Ressabiada, pq tudo q vem de perto, ou do lado de cá do equador, é ruim, é difícil, é conceitual, experimental, e todas aquelas outras coisas ridículas e preconceituosas q ouvimos em relação ao cinema latino americano...
Mas então, Daniel Burman surgiu em minha vida, não que ele já não existisse antes, mas seu "Ninho Vazio" resgatou minha fé na humanidade, em um final de semana conturbado e perturbado, em que forçada a ver meus piores demônios em outras vidas em 35'' (Revolutionary Road, mas sobre esse, acho q nunca vou falar aqui), eu necessitava algo que me dissesse que vidas podem não ser medíocres, amores podem ser possíveis, e mais do que isso, vidas podem ter amores, que podem durar uma vida, que mesmo com um único amor, não precisa ter nada de medíocre.

http://www.youtube.com/watch?v=hgiOwwGhwSk

Fez algum sentido? Se não, assista o filme, que talvez, tudo comece a fazer....
Mas essa seria a primeira Martha (que ao contrário da Marta de Gonzalo, carregava um "h", e nele toda a paixão, decisão e personalidade que faltava à protagonista de Whisky) a despertar uma nova e deliciosa paixão pelo cinema latino....
E existe algo melhor do que se apaixonar?
Depois, vieram Gonzalo e suas adoráveis neuroses, Marta e Jacobo e suas e relações silenciosas, frustadas e não ditas (aiai), e neste final de semana, uma imersão em novas possibillidades:
"O cachorro" de Carlos Sorín, que experiência! Sonhos resgatados (aliás, novos sonhos que surgem do nada, e dão cor a vida), um animal aparentemente impassível e feroz que só se sente acuado e pressionado, e como todos, especialmente o bicho homem - masculino, xy - ficam impotentes diante da pressão, e só conseguem afirmar sua natureza e masculinidade diante da liberdade.... A sensação de aridez diante daquelas paisagens solitárias e infinitas, como a alma humana que sente falta de algo que nem mesmo reconhece, porque nunca teve....

http://www.youtube.com/watch?v=KRnFkWDk8dc&feature=related

E saber que em pouco mais de um mês vou ter a oportunidade (me falta palavra para expressar a sensação de dádiva que essas oportunidades têm sido) de estar lado a lado com Sorín, ouvir sobre seu trabalho, vivenciar sua presença e criatividade.... Tornam tudo um pouquinho mais mágico, como todos os meus dias têm sido...
Mas o domingo, já recheado de experiências bizarras dignas de um filme surreal (pena que meus olhos não registram em película), ainda era jovem, e me ofereceu uma última surpresa, para dormir com gostinho de esperança e felicidade na boca, enquanto sonho com um beijo que a sele:
"O abraço partido", de Burman, um filme que por ser sobre um filho tentando resgatar sua relação com seu pai, poderia ser perfeito para o momento, mas que exatamente por isso, só provou que meus pequenos melodramas particulares, que não são em película, mas renderiam uma boa novela mexicana, não são realmente passíveis de compaixão e compreensão....

http://www.youtube.com/watch?v=qHvys9ERRkg

Filme perfeito, ator perfeito, timming perfeito, tudo perfeito... Burman perfeito, cinema perfeito, oportunidades perfeitas, emprego perfeito, vida perfeita. Mesmo com tanta imperfeição em mim mesma, nele, e nesse mundo cão (sem ofensas Bombom!) que nos cerca....

É. Como todas as minhas paixões, essa também só acrescentou, e provou, mais um pouquinho, que a vida não precisa ser nada medíocre.... Bom né?

Para saber mais sobre os filmes...

http://lella.wordpress.com/2009/03/02/o-ninho-vazio-el-nido-vacio/

http://corpojunto.blogspot.com/2007/03/o-cachorro.html

http://www.interfilmes.com/filme_16887_O.Abraco.Partido-(El.Abrazo.Partido.Lost.Embrace).html

Um comentário:

Bel disse...

Chris ... todas essas emoções em um fim de semana são pra derrubar qualquer um(a) de nós que nos mobilizamos pelo que a película em nós revela. "O cachorro" é lindo mesmo. Um filme simples que nos leva pra passear como se pudéssemos ser o próprio cachorro blanco.
Quero muito ver o Abraço Partido. Fiquei ainda mais interessada depois do teu olhar sobre ele.
Que tuas paixões continuem te rodeando pra depois virar amor ... do tamanho que mereces, viu?
Temos sorte de estarmos juntos(as) com olhos vivos ... bem vivos.
Um beijo, Bel